Justiça adia decisão sobre julgamento de policiais acusados do Massacre de Paraisópolis para 2024.

No dia 13 de maio de 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo irá realizar a próxima audiência de instrução do julgamento do episódio conhecido como Massacre de Paraisópolis. Nesta fase, será decidido se os 12 policiais militares acusados de matar nove jovens no Baile da DZ7, durante uma operação em 2019, irão a júri popular.

Um agente da Polícia Militar também está sendo responsabilizado no processo por colocar pessoas do baile funk em risco. Ele é acusado de ter soltado explosivos durante a operação, o que teria contribuído para aumentar o tumulto no local.

A Corte realizou a segunda audiência de instrução nesta segunda-feira, 18 de maio. O juiz Ricardo Augusto Ramos ouviu o depoimento de uma testemunha protegida, cuja identidade permanece em sigilo, bem como de duas profissionais da equipe do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que foram convidadas pela Defensoria Pública de São Paulo para fornecer pareceres sobre a causa de morte das vítimas e reconstituir os fatos com base em materiais audiovisuais.

De acordo com a biomédica Ana Paula de Souza Velloso, do Caaf, as nove vítimas do massacre morreram por asfixia mecânica, e não por pisoteamento, como alegaram as famílias das vítimas. A suspeita é de que os jovens foram cercados em uma viela da Favela de Paraisópolis e, nessas circunstâncias, morreram por asfixia.

O Massacre de Paraisópolis ocorreu na noite de 1º de dezembro de 2019. As vítimas, com idades entre 14 e 23 anos, foram Gustavo Cruz Xavier, Denys Henrique Quirino da Silva, Marcos Paulo de Oliveira Santos, Dennys Guilherme dos Santos Franco, Luara Victoria de Oliveira, Eduardo Silva, Gabriel Rogério de Moraes, Bruno Gabriel dos Santos e Mateus dos Santos Costa.

O processo contra os policiais foi aberto após o Ministério Público de São Paulo apresentar denúncia. Segundo os familiares das vítimas e a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que elaborou um relatório detalhado de 187 páginas, ficou comprovado que houve excessos e abuso de autoridade por parte dos agentes do Estado.

É importante ressaltar que o episódio em questão, se confirmado, representa mais um caso de violência policial extrema, o que levanta sérias questões sobre a conduta dos agentes de segurança pública. O julgamento dos 12 policiais militares acusados pelas mortes dos nove jovens no Baile da DZ7, durante a operação de 2019, será acompanhado atentamente pela sociedade, que aguarda a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. A busca por justiça em casos de violência policial é um tema crucial, e a responsabilização dos agentes envolvidos é fundamental para garantir a segurança e proteção dos cidadãos brasileiros.

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