O ex-chanceler do presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma reunião entre os presidentes da Guiana, Irfaan Ali, e Venezuela, Nicolás Maduro, em São Vicente e Granadinas. Na ocasião, ambos concordaram em evitar a escalada do conflito pela região de Essequibo, que está situada na Guiana e é cobiçada por Maduro.
Amorim destacou que um dos principais pontos do acordo foi a retirada do pedido de Ali para que o caso fosse discutido no âmbito da OEA. Segundo Amorim, mesmo suspensa do organismo, a Venezuela não concordaria e a tensão entre os países aumentaria.
O conflito entre Guiana e Venezuela em relação a Essequibo começou há mais de cem anos, mas Maduro reforçou a disputa ao realizar um plebiscito. Em resposta, Estados Unidos e União Europeia defenderam a soberania da Guiana, enquanto o Brasil enviou tropas para fortalecer a fronteira com os dois países e a Venezuela buscou apoio de outras nações, como a Rússia.
Celso Amorim citou como exemplo a crise diplomática entre Colômbia, Equador e Venezuela em 2008, a qual foi resolvida pelo Grupo do Rio, substituído depois pela Celac. Amorim ressaltou que a resolução desse tipo de conflito na América Latina é mais adequada dentro de um contexto latino-americano.
Os líderes da Venezuela e da Guiana concordaram em marcar uma nova reunião em três meses no Brasil e também decidiram evitar ameaças e uso de força em qualquer circunstância. A medida é vista como um passo para reduzir as tensões e resolver pacificamente a disputa pela região de Essequibo.