Governo da Nicarágua cancela estatuto jurídico de 10 ONGs, incluindo organização religiosa evangélica sob suspeita de lavagem de dinheiro.

O governo da Nicarágua determinou, nesta quarta-feira (20), o cancelamento do estatuto jurídico de 10 Organizações Não-Governamentais, ONGs, entre elas uma de religião evangélica acusada pela polícia de operar como “fachada” para lavagem de dinheiro, o que motivou uma investigação de três americanos. A medida foi publicada no jornal oficial La Gaceta, após as entidades terem sido acusadas de deixar de cumprir a lei ao não reportarem, por um período de até 12 anos, seus status financeiros, com detalhamento de receitas e despesas, de acordo com o Ministério da Governança Interior.

Puerta de la Montaña, uma das organizações mencionadas, estava registrada desde 2015 e, segundo o ministério, não promoveu políticas de transparência na administração da ONG. Como resultado do cancelamento, os bens das organizações passam agora para as mãos do Estado, em conformidade com a lei que regulamenta essas associações, como determinado pela ministra María Amelia Coronel Kinloch.

A polícia deteve onze nicaraguenses e está investigando três americanos por suposta lavagem de dinheiro através da organização para adquirir bens no país. Os americanos John e Jacob Britton Hancock, presidente e membro da instituição, respectivamente, chegaram à Nicarágua financiados por seu compatriota Bruce Wagner, com o objetivo de se estabelecerem como uma organização religiosa evangélica. Além disso, outras entidades canceladas incluem grupos religiosos, bem como organizações agrícolas, totalizando 10 ONGs.

Essa ação é um reflexo da forte postura do governo nicaraguense em relação às organizações não-governamentais desde as manifestações de 2018, quando milhares de organizações foram fechadas, incluindo entidades relacionadas à Igreja Católica. A repressão iniciada naquele ano resultou em mais de 300 mortos em confrontos entre opositores e apoiadores do governo.

Notícias relacionadas:
– TJPE abre portas para Instituto Banco Vermelho, de enfrentamento à violência contra mulher
– Farmacêutica francesa é condenada a pagar US$ 460 milhões por medicamento mortal

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo