Mais de 400 palestinos presos no Egito após a guerra em Gaza lutam para sobreviver e voltar para casa.

A psicóloga Amal Awni criou uma lista com cerca de 400 pessoas que vieram de Gaza para o Egito antes do início do conflito entre o Hamas e Israel, mas que agora não conseguem voltar para casa. Assim, um grupo composto por Amal e outras quatro amigas tiveram que se mudar para um apartamento no centro do Cairo, onde tentam sobreviver com visto vencido, recursos financeiros escassos e a constante preocupação com a família sitiada em Gaza.

Elas vieram inicialmente para o Cairo participar de um projeto local de alfabetização e apoio psicológico a crianças e adultos expostos à violência, financiado por palestinos. Em meio à guerra, enfrentam dificuldades financeiras para se manter na capital egípcia, mas têm conseguido pagar o aluguel e arcar com outras despesas graças a doações recebidas.

Amal e suas amigas enfrentam a angústia com suas famílias sitiadas em Gaza, preocupadas com a escassez de alimentos, água e dinheiro para as necessidades básicas. Embora instáveis, no entanto, estão conseguindo manter a esperança de um dia poderem voltar para sua terra natal.

Além disso, Amal demonstrou sua preocupação em estabelecer meios de ajuda para inúmeras outras pessoas que estão enfrentando a mesma dificuldade, sentimento que foi compartilhado por outras mulheres que participavam do projeto. Elas estão tentando buscar formas de ajuda para a população palestina deslocada e necessitada.

Etab Kemal, uma das mulheres que vivem nesse apartamento em Cairo, contou sobre a viagem exaustiva e as dificuldades enfrentadas ao buscar abrigo em um novo ambiente. Quando a guerra estourou, ela e as demais mulheres do grupo foram obrigadas a se mudar após o proprietário do apartamento ter aumentado o aluguel.

No entanto, mesmo enfrentando suas próprias dificuldades e angústias pessoais, Amal tem se mostrado esforçada em ajudar outras pessoas tanto emocional quanto financeiramente. Ela relatou casos de pacientes com necessidades médicas urgentes, pela falta de recursos e tratamento insuficiente em Gaza, onde muitas casas foram bombardeadas.

Em meio a esse cenário conflituoso, surgem iniciativas em prol da ajuda ao próximo, como o projeto “Sumood”, que significa “resiliência” em árabe, criado por essas mulheres. Elas têm contado com a empatia e o apoio de ativistas e empreendedores dos Estados Unidos, que buscam a arrecadação de fundos para ajudar os palestinos deslocados e desprovidos de assistência.

Ademais, a situação ainda é instável, com Israel intensificando os ataques na região sul de Gaza e aumentando a pressão para que o Egito aceite os palestinos no Sinai, o que o Cairo já manifestou rejeitar. No entanto, as palestinas permanecem com a esperança de que um dia possam retornar para suas casas. A jornalista e ativista Nour Elhoda Zaki expressou a sua solidariedade em um movimento que contou com a presença de outras pessoas em um ato pró-Palestina, também lutando para ajudar o grupo que está impossibilitado de deixar o Egito no momento.

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