Médicos juniores do Reino Unido iniciam greve em busca de salários mais altos em meio à crise na saúde

Os médicos juniores do Reino Unido deram início a uma greve nesta quarta-feira (20) em busca de um aumento salarial. A mobilização, que já havia sido vislumbrada nos últimos meses, foi deflagrada após o fracasso das negociações com o governo conservador de Rishi Sunak.

O protesto surge em um momento delicado para o sistema de saúde britânico, o NHS (Serviço Nacional de Saúde), que enfrenta dificuldades para equacionar as longas filas de pacientes à espera de atendimento. A avaliação de Sumi Manirajan, membro do sindicato BMA (Associação Britânica de Médicos), é de que os salários dos médicos juniores estão defasados, as condições de trabalho são precárias e há escassez de pessoal.

Já o psiquiatra Joseph Kendall avalia que o país está diante de “uma enorme fuga de cérebros” e demonstra um “verdadeiro sentimento de abandono” em relação aos profissionais de saúde. A greve teve início às 07H00 de quarta-feira (04H00 em Brasília) e se estenderá até às 07H00 de sábado (04H00).

Posteriormente, os médicos juniores realizarão uma paralisação de seis dias, de 3 a 9 de janeiro, o que configura a greve mais longa da história do NHS. A categoria reivindica um aumento salarial à altura da valorização de seu trabalho. Mesmo com a oferta de 3% de aumento, somada aos 8,8% concedidos há alguns meses, os médicos consideram que as propostas não são suficientes diante do aumento do custo de vida no Reino Unido.

O primeiro-ministro Rishi Sunak expressou sua decepção com a greve, salientando que os médicos juniores são os únicos servidores públicos que não assinaram nenhum acordo salarial. A falta de um entendimento entre as partes levou à paralisação, que coloca o sistema de saúde em alerta e aumenta a pressão sobre o governo conservador. A expectativa é que o impasse seja resolvido para garantir a continuidade do atendimento à população britânica.

Por ora, a greve dos médicos juniores sinaliza um embate entre uma categoria que busca melhores condições e valorização profissional e um governo que enfrenta dificuldades para atender demandas salariais em um momento de crise econômica e de saúde pública. A expectativa é que as negociações sigam e resultem em um acordo que atenda aos interesses tanto dos profissionais de saúde quanto da administração pública.

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