MPF pede repasse de R$ 10 milhões da União à Prefeitura de Guarulhos para assistência a afegãos refugiados pelo aeroporto

O Ministério Público Federal (MPF) está tomando medidas legais para garantir que a Prefeitura de Guarulhos receba imediatamente R$ 10 milhões da União, a fim de assegurar recursos para o acolhimento adequado de afegãos que chegam ao Brasil pelo aeroporto internacional. Este aeroporto é o único no país que recebe voos do Afeganistão e tem abrigado refugiados desde o ano passado.

Além disso, o MPF pede que a União seja condenada a pagar uma indenização por danos morais coletivos, também no valor de R$ 10 milhões. Estas ações fazem parte de uma ação civil pública apresentada na terça-feira (19) pelo MPF.

A quantia requisitada pelo MPF é destinada a apoiar a manutenção de um abrigo com capacidade para 200 pessoas por um ano, cobrindo despesas com refeições, itens de higiene, vestuário e assistência social profissional, entre outros serviços essenciais. O cálculo do montante foi baseado em um relatório da Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social de Guarulhos e é mais econômico do que as medidas isoladas adotadas até agora pelo governo federal.

Durante todo o mês de novembro, o aeroporto registrou a presença de 150 afegãos em um acampamento improvisado. O MPF destaca que, apesar de iniciativas pontuais de órgãos municipais e sociedade civil, a falta de uma abordagem estruturada para atender os refugiados tem persistido desde o início da crise humanitária no terminal.

Em setembro, os ministérios da Justiça e Segurança Pública e das Relações Exteriores publicaram uma portaria que condiciona a concessão de visto temporário a afegãos à disponibilidade de vagas em abrigos que firmem acordo com a União. Especialistas e grupos envolvidos no acolhimento de refugiados expressaram preocupações com os termos da portaria, temendo uma maior lentidão na emissão de vistos humanitários devido à redução de embaixadas responsáveis por essa função.

A Agência Brasil buscou retorno dos ministérios da Justiça e Segurança Pública, das Relações Exteriores e dos Direitos Humanos e da Cidadania, mas ainda aguarda respostas. As medidas tomadas pelo MPF refletem a urgência e necessidade de recursos para possibilitar um acolhimento digno e humanitário aos afegãos que buscam refúgio no Brasil.

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