Agentes da Polícia Federal, da Gendarmeria (força de segurança militar) e da polícia da cidade de Buenos Aires foram mobilizados pelo governo Milei, que acompanhou a situação diretamente na Delegacia Central da PF em Buenos Aires, ao lado de sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência, e de Iñaki Gutiérrez, o jovem influenciador que administra as redes sociais do presidente, além de outros colaboradores.
A marcha foi realizada sob rígido controle policial, e apenas a Avenida Diagonal Norte esteve lotada. Os manifestantes conseguiram chegar à Praça de Maio, mas sem os tradicionais piquetes. Segundo ONGs locais, este ano foram realizados cerca de 8 mil piquetes na capital e na província de Buenos Aires, sem qualquer tipo de repressão por parte do Estado.
Os movimentos que convocaram o protesto acusaram a Casa Rosada de implementar um estado de sítio não oficialmente declarado. Eduardo Belliboni, do Polo Operário, uma das organizações que comandam o protesto, declarou que o governo está semeando o terror.
A violência era esperada num país acostumado a protestos diários. No entanto, é a primeira vez que o governo adota uma postura tão contundente em relação aos piquetes. A presença maciça de forças de segurança reflete a determinação do governo Milei em coibir os bloqueios de ruas e avenidas no centro de Buenos Aires.
Outro fator que chamou a atenção foi a presença reduzida de crianças na manifestação, algo incomum na Argentina. O novo protocolo do governo proíbe que manifestantes protestem com seus filhos, e as ameaças do governo conseguiram intimidar setores da população que costumam participar de protestos.
Ao tomar conhecimento da situação, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, se pronunciou afirmando que o governo acabaria com os piquetes. Cenas de violência, confrontos e a presença maciça de forças de segurança marcaram a primeira grande manifestação popular contra o governo Milei, sinalizando uma mudança na postura do governo em relação aos protestos sociais.