Na terça-feira, durante um discurso em Iowa, Trump fez questão de abordar novamente o assunto, afirmando que os imigrantes indocumentados da África, Ásia e América do Sul estavam “destruindo o sangue do nosso país”, antes de aludir aos seus comentários anteriores. Ele ainda acrescentou que Hitler utilizou os termos “de uma maneira muito diferente”, sem deixar claro o que o ditador nazista queria dizer, e qual a diferença para o que ele próprio falou.
O republicano e sua campanha rejeitaram as comparações entre a sua observação e a linguagem usada por Hitler. A administração do presidente Joe Biden recentemente chamou mais atenção para a comparação, classificando o comentário de Trump como racista e xenófobo. Alguns republicanos do Senado também criticaram a fala do ex-presidente, incluindo Mitch McConnell, o principal republicano na Casa Legislativa.
Apesar das críticas, Trump sempre fez dos sentimentos anti-imigração uma peça central das suas campanhas políticas anteriores e, ao concorrer à Casa Branca pela terceira vez, o seu tom tornou-se mais duro. Já havia sido acusado de fazer eco da linguagem desumanizadora dos ditadores fascistas, incluindo Hitler, quando descreveu os seus oponentes políticos como “vermes” que precisavam de ser erradicados.
Em seu discurso de terça-feira, Trump afirmou mais uma vez que líderes de países não especificados estavam a esvaziar prisões e instituições psiquiátricas e a enviar os seus habitantes para os Estados Unidos, uma afirmação ampla para a qual não há provas claras. Também defendeu os cristãos na América, que ele retratou como estando sob ataque dos democratas.
As declarações de Trump, e as comparações feitas com Hitler, geraram grande repercussão e polêmica nos Estados Unidos, dividindo opiniões tanto no próprio partido republicano quanto entre os democratas. A fala do ex-presidente reacende um debate sobre a falta de sensibilidade e diplomacia no discurso político, especialmente quando se trata de questões tão sensíveis quanto a imigração e o preconceito.
Portanto, as declarações de Trump geram fortes reações e demonstram a continuidade de um discurso extremista em relação à imigração e à polarização política nos EUA, deixando claro que o ex-presidente não tem a intenção de amenizar suas afirmações controversas e promover a unidade no país.
