Escritora israelense afirma estar “paralisada” e prevê que trauma do ataque do Hamas persistirá por gerações

A renomada escritora israelense Zeruya Shalev está paralisada desde o ataque do Hamas, que gerou um trauma que, segundo ela, perdurará por gerações. A autora, no entanto, afirma ter fé no espírito de solidariedade da sociedade israelense. Nesse momento, Shalev não consegue continuar com o livro que estava escrevendo, pois precisou direcionar suas palavras para escrever sobre as vítimas, o que a manteve ocupada com suas colaborações nos jornais.

O ataque do Hamas em 7 de outubro em Israel resultou na morte de cerca de 1.140 pessoas, de acordo com as autoridades israelenses. No dia do ataque, os combatentes do Hamas se infiltraram em localidades do sul de Israel, incendiaram casas, assassinaram moradores e sequestraram cerca de 250 pessoas como reféns, das quais 129 seguem retidas em Gaza. Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e lançou uma ofensiva aérea e terrestre na Faixa de Gaza, resultando na morte de cerca de 20.000 pessoas, segundo o governo do Hamas.

Shalev, nascida em um kibutz, ficou imobilizada por meses em 2004 após um atentado suicida cometido por um palestino e reivindicado pelo Hamas. Ela ficou impactada e deprimida ao ver “assassinos caminhando” pelas comunidades do kibutz.

Além disso, a autora compartilha a ira e a dor e expressa sua forte preocupação sobre a reação provocada pelos bombardeios israelenses sendo tachados de antissemitas. Frente a tais acontecimentos, Shalev sente-se solitária, pois vê como uma total falta de responsabilidade organizações internacionais de defesa dos direitos das mulheres em relação às denúncias de estupros cometidos por milicianos do Hamas.

Ela mantém contato com o movimento “Women Wage Peace”, fundado em 2014, e se declara contra os extremistas, mesmo que sejam judeus. Shalev vê na solidariedade com os árabes israelenses em Haifa, onde vive, um raio de esperança e, apesar de tudo, mantém-se comprometida com a luta pela inclusão das mulheres nas altas esferas de decisão em relação à paz e à guerra.

Ela faz menção sobre a coragem das mulheres no Exército e sobre a “decepcionante” falta de mulheres suficientes no poder tanto em Israel quanto na Palestina. No entanto, Shalev celebra o movimento “Women Wage Peace” como uma oportunidade de empoderamento e combate às desigualdades, mantendo a esperança em um futuro de solidariedade e força.

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