A motivação para tal atitude apontada pelo Departamento de Estado em relatório ao Congresso, foi a postura hostil que Monterroso e Orellana vinham adotando contra o presidente eleito Bernardo Arévalo. Arévalo, que venceu as eleições em agosto, liderava uma plataforma anticorrupção e, desde então, teve que enfrentar uma dura disputa com juízes e procuradores que tentavam desbloquear sua posse em 14 de janeiro.
Não é de hoje que Arévalo trava essas batalhas, pois já havia protestado contra a procuradora-geral Consuelo Porras e o promotor anticorrupção Rafael Curruchiche, que anteriormente foram alvos de proibições de vistos americanos. Em uma demonstração de confiança em seu governo, Arévalo expressou acreditar que será capaz de superar uma tentativa de “golpe de Estado em câmera lenta”.
Essa medida dos Estados Unidos é parte de um relatório anual exigido pelo Congresso sobre a corrupção na América Central. Além dos dois guatemaltecos, a lista inclui outros figuras políticas, como o ex-presidente de El Salvador, Mauricio Funes, acusado pelo Departamento de Estado de planejar o roubo de centenas de milhões de dólares dos cofres estatais e de negociar com gangues criminosas que atuavam no país.
Funes governou entre 2009 e 2014 e atualmente está exilado na Nicarágua. No início deste ano, ele foi condenado à revelia em El Salvador a 14 anos de prisão por essas acusações. Com o estreitamento das relações entre os Estados Unidos e a América Central, essa questão da corrupção se torna um ponto central nas políticas de imigração norte-americanas.