A verba tem o objetivo de garantir acesso à população mais carente a tratamentos modernos de combate ao câncer. Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Carlos Gadelha, o investimento reflete o compromisso do governo em ampliar a efetividade dos tratamentos oncológicos disponíveis no país.
A terapia celular CAR-T Cell é uma técnica utilizada no combate ao câncer no sangue, envolvendo a modificação das próprias células de defesa do paciente em laboratório. Nesse processo, são usados linfócitos T, células que fazem parte do sistema imune e atuam no combate a agentes patogênicos e células infectadas. Estes linfócitos são isolados, ativados e reprogramados para identificar células cancerosas. Depois, eles são reinseridos no organismo do paciente com o objetivo de eliminar as células do tumor. Toda a preparação das células e a aplicação no paciente pode durar cerca de 60 dias.
O estudo clínico, que será financiado pelo Ministério da Saúde e conta com apoio de estrutura do Instituto Butantan e investimento de pesquisa da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), terá como foco 81 pacientes com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. O tratamento será gratuito e é voltado para pacientes que não responderam ou tiveram o retorno da doença após a primeira linha de tratamento convencional.
De acordo com informações do Hemocentro de Ribeirão Preto, o CAR-T é desenvolvido para atingir o alvo CD19, presente apenas na leucemia linfoide aguda de células B e no linfoma não Hodgkin de células B. Em função disso, essa imunoterapia não é eficaz em outros tipos de cânceres sólidos. Para participar do estudo, os pacientes interessados devem consultar seu médico e seguir o procedimento de contato com a equipe médica das instituições participantes.
Dessa forma, o investimento em pesquisas e tecnologias inovadoras para o tratamento do câncer, com foco na população carente, revela um avanço significativo na área da saúde no Brasil. A expectativa é que esses avanços impulsionem o acesso a terapias mais efetivas e avançadas, impactando positivamente a qualidade de vida dos pacientes oncológicos.