Pesquisadores descobrem molécula que retarda formação de proteínas e reverte sinais da doença de Alzheimer em modelo de rato

Pesquisadores da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia fizeram uma descoberta promissora no combate à doença de Alzheimer. Eles encontraram uma molécula chamada 4-fenilbutirato (PBA) que tem o potencial de retardar a formação de certas proteínas e reverter os sinais da doença em ratos.

O PBA é uma molécula de ácido graxo que atua como um “acompanhante químico” que inibe o acúmulo de proteínas. Testes realizados em ratos com a doença de Alzheimer mostraram que as injeções de PBA ajudaram a restaurar os sinais de proteostase normal nos cérebros dos animais. Além disso, os ratos tiveram uma melhoria no desempenho em um teste de memória padrão, mesmo quando o tratamento foi iniciado no final do curso da doença.

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O professor Nirinjini Naidoo, um dos autores do estudo, ressaltou a importância desses resultados, afirmando que ao melhorar a saúde neuronal e celular, é possível mitigar ou retardar a progressão da doença de Alzheimer. Ele também explicou que a redução da proteotoxicidade, que é o dano irreparável à célula causado pelo acúmulo de proteínas prejudicadas, pode ajudar a melhorar algumas funções cerebrais anteriormente perdidas.

Os pesquisadores observaram que os camundongos com Alzheimer apresentavam sinais de mecanismos de proteostase disfuncionais e níveis baixos de uma proteína “acompanhante” natural. Com o tratamento de injeções de PBA, os ratos apresentaram melhorias significativas nos sinais de proteostase e no desempenho de memória.

Estima-se que a doença de Alzheimer afete mais de 6 milhões de americanos, com projeções de que até 13,8 milhões de pessoas possam ser diagnosticadas até 2060. No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência, e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas.

O PBA, como potencial tratamento para o Alzheimer, tem a vantagem de poder passar facilmente da corrente sanguínea para o cérebro. Além disso, a molécula já foi aprovada pela Food and Drug Administration para o tratamento de um distúrbio metabólico não relacionado.

Essa descoberta representa um avanço significativo no combate à doença de Alzheimer e pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos para essa condição debilitante. Com o apoio de pesquisas adicionais e ensaios clínicos, o PBA tem o potencial de trazer esperança para milhões de pessoas que sofrem com os efeitos devastadores dessa doença neurodegenerativa.

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