As próximas reuniões do Copom estão marcadas para janeiro e março do ano que vem, seguindo a sequência em maio. Atualmente, a taxa Selic está em 11,75% ao ano, após quatro cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual. No corte mais recente, o comitê comunicou que deve manter a sequência de redução “pelas próximas reuniões”, sem confirmar a duração do ciclo de baixa.
Campos Neto explicou que o Copom definiu que as comunicações devem manter um “guidance” curto, indicando apenas as próximas duas reuniões. De acordo com o presidente do BC, essa abordagem é compatível com as incertezas e a visibilidade da política monetária, visando a condução da política com o mínimo de custo e ruído possíveis.
No entanto, Campos Neto ressaltou que não há garantias e que a indicação de cortes nas próximas duas reuniões pode ser reavaliada a cada encontro. Ele também destacou que a flexibilização da meta fiscal do governo pode afetar o ritmo de redução de juros, mas não de forma mecânica.
Além disso, o presidente do BC mencionou que outros fatores, como a aprovação de reformas, podem compensar um eventual aumento de gastos estatais. Campos Neto parabenizou o governo e o ministro da Fazenda pela aprovação da reforma tributária, afirmando que a agenda reformista compensou a pressão do governo por mais gastos, mantendo as expectativas para a inflação estáveis.
Anteriormente, o BC divulgou o Relatório Trimestral de Inflação, no qual elevou ligeiramente a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto deste ano, de 2,9% para 3%. Além disso, a probabilidade de a inflação estourar a meta neste ano caiu significativamente, de 67% para 17%.
Essas declarações de Campos Neto refletem a postura cautelosa do Banco Central em relação à condução da política monetária e sua avaliação sobre os impactos das decisões fiscais e econômicas do governo nas taxas de juros e na estabilidade da economia.