Adolescente negro é barrado por seguranças em shopping no Recife, e caso é investigado como racismo pela polícia.

Na última quinta-feira, 21 de janeiro, um evento lamentável ocorreu no RioMar Shopping, localizado no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. Um adolescente negro de 17 anos, identificado como Mayck Raphael, foi proibido de entrar nas dependências do shopping por três seguranças da empresa terceirizada SegurPro. Mayck estava acompanhado de seu irmão de 13 anos e tentava subir as escadas rolantes que dariam acesso às lojas, quando foi impedido sem qualquer explicação. O fato foi registrado por Mayck, que filmou toda a situação e posteriormente divulgou o vídeo. Segundo relatos do adolescente, a situação perdurou por cerca de seis minutos.

Em entrevista ao G1, Mayck afirmou ter sofrido racismo, já que outras pessoas estavam entrando no shopping sem problemas, mas apenas ele e seu irmão foram abordados. Ele questionou a atitude dos seguranças, argumentando que não compreendia por que eles poderiam subir e ele não. Quando um supervisor chegou ao local, explicou que ele e o irmão não poderiam entrar pois um decreto previa a proibição de crianças menores de 12 anos de usarem o elevador desacompanhadas por um adulto. No entanto, ambos tinham idade superior à estabelecida e estavam tentando usar as escadas rolantes, não o elevador. Mayck sentiu-se marginalizado e acredita que tenha sido barrado devido à sua cor de pele.

O jovem ficou bastante abalado com a situação, entrando em uma loja chorando, e seu irmão, que presenciava tudo, ficou nervoso e sequer quer mais frequentar o shopping. Nesta sexta-feira, Mayck, juntamente com sua mãe e um advogado, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil. A Polícia Civil informou que está investigando o caso como racismo e discriminação, e um inquérito foi instaurado para apurar os fatos.

O RioMar Shopping emitiu uma nota pública de desculpas e se pronunciou sobre o ocorrido, afirmando que o segurança que iniciou a abordagem de maneira equivocada foi afastado de suas funções. No entanto, a empresa SegurPro ainda não se manifestou sobre o caso. Este episódio lamentável reforça a necessidade de conscientização e combate ao racismo estrutural em nossa sociedade, e deve servir como alerta para a adoção de atitudes mais inclusivas e respeitosas em locais públicos como shoppings.

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