Espanha mantém “máxima prudência” antes de decidir participação em coalizão militar liderada pelos EUA para proteger o tráfego marítimo.

O governo espanhol revelou na sexta-feira (22) que ainda não decidiu se irá aderir à coalizão militar liderada pelos Estados Unidos para proteger o tráfego marítimo de possíveis ataques dos rebeldes huthis do Iêmen no Mar Vermelho, adotando uma postura de “máxima prudência” diante da situação. A porta-voz do governo de esquerda, Pilar Alegría, afirmou em uma coletiva de imprensa que a Espanha só participaria de uma operação sob o guarda-chuva da União Europeia e da OTAN, garantindo que o país não tomaria uma decisão de forma unilateral.

A posição espanhola em relação à iniciativa americana foi anunciada após um encontro entre o presidente do governo, Pedro Sánchez, e o líder da oposição de direita, Luis Alberto Núñez Feijóo. Núñez Feijóo afirmou em coletiva de imprensa que Sánchez indicou que a decisão espanhola é de não intervir, ou pelo menos não intervir nas condições solicitadas pelos Estados Unidos.

Desde terça-feira, o governo espanhol já havia indicado que não participaria unilateralmente dessa coalizão militar. A falta de participação pode ser vista como uma resposta à ameaça dos huthis, apoiados pelo Irã, de atacar qualquer navio com vínculos com Israel que navegue ao longo da costa do Iêmen, em resposta à guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

Além disso, o aumento dos ataques nas últimas semanas nas águas que levam ao Canal de Suez, ponto de passagem de quase 10% do comércio mundial, levou várias empresas de navegação a decidirem desviar seus navios. Apesar da gravidade da situação, o governo espanhol ainda se mantém relutante em participar da coalizão liderada pelos Estados Unidos.

Enquanto isso, a Espanha segue avaliando a possibilidade de aderir à iniciativa americana, mantendo a máxima prudência para tomar uma decisão em relação à proteção do tráfego marítimo no Mar Vermelho. A posição do governo reflete a complexidade da situação geopolítica e a necessidade de cautela diante de possíveis consequências decorrentes de uma intervenção militar.

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