Repórter Recife – PE – Brasil

Líder indígena do povo pataxó é assassinado em emboscada no sul da Bahia, causando indignação e pedido de justiça.

Na última quinta-feira (21), um cacique do povo pataxó hã-hã-hãe foi brutalmente assassinado a tiros na entrada da Aldeia do Rio Pardo, no município de Pau Brasil, sul da Bahia. Lucas Kariri-Sapuyá, de 31 anos, era uma figura proeminente, sendo dirigente estadual da Rede Sustentabilidade e agente de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) do estado. O trágico incidente ocorreu quando ele retornava à sua comunidade, com o filho na garupa da motocicleta, e foi cercado por dois homens encapuzados em uma emboscada.

A Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu tem sido palco de invasões e conflitos de interesses, movidos por fazendeiros e posseiros. A estrada onde o líder pataxó foi emboscado é conhecida por ter sido também o local onde o líder pataxó João Cravim foi executado em 1988, numa situação semelhante. O cacique deixou três filhos e a companheira, e tinha planos de concorrer ao cargo de prefeito nas próximas eleições.

Lucas era alguém descrito como “aguerrido e corajoso”, e era conhecido por mobilizar esportes na comunidade e por ser um defensor da educação escolar indígena. Ele integrava o Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba), e seu partido emitiu uma nota exigindo a apuração das circunstâncias de sua morte, assim como acompanhamento por parte do governo federal.

Nas redes sociais, diversas pessoas que conheciam o cacique descreveram sua importância para a comunidade indígena, exaltando sua dedicação à causa. Além disso, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Ministério dos Povos Indígenas também se manifestaram, expressando indignação e prometendo acompanhar de perto as investigações para identificar e responsabilizar os autores do crime.

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia afirmou que está tomando providências para apurar o caso, com perícias e investigações em andamento. Ressaltou-se a importância de honrar a memória de Cacique Lucas na luta contínua pela preservação dos direitos e da dignidade dos povos indígenas. A morte do cacique gerou comoção e revolta, luta que agora se volta para buscar justiça e paz para a comunidade indígena.

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