A intensificação da perseguição religiosa na Nicarágua tem impactado fortemente a Igreja Católica, que sofreu 740 ataques pelo aparato sandinista desde o início dos protestos massivos em 2018, de acordo com a advogada Martha Patricia Molina. Em 2023, foram registrados 275 ataques, destacando-se como o ano com mais investidas contra a Igreja nos últimos cinco anos.
Além dos ataques, 176 religiosos e religiosas foram impedidos de exercer seus ministérios na Nicarágua devido a expulsões, proibições de entrada ou exílio. A ação que mais repercutiu aconteceu no ano passado, quando o regime retirou do cárcere uma dúzia de padres e os enviou para o exílio em Roma. Entre os exilados estão nomes importantes como o bispo auxiliar de Manágua, monsenhor Silvio Báez, e o padre Edwin Román, que desempenhou um papel fundamental na proteção dos cidadãos da repressão em Masaya durante os protestos de 2018.
Essas práticas também afetaram as relações diplomáticas entre a Nicarágua e o Vaticano, que entraram em declínio a partir da expulsão do núncio vaticano, Waldemar Stanislaw Sommertag. O Papa Francisco chegou a romper sua postura neutra em relação aos países e comparou o atual sandinismo com “uma ditadura hitleriana”.
A perseguição religiosa na Nicarágua tem como objetivo fazer a Igreja Católica desaparecer completamente do país, segundo a advogada Molina. No entanto, apesar das dificuldades impostas pelo regime, os fiéis continuam frequentando regularmente as igrejas, apesar do clima de medo. A comunidade teme pela integridade dos religiosos detidos e segue realizando seus ritos dentro das igrejas, resistindo às investidas do governo.
É fundamental acompanhar de perto a evolução desse cenário e o impacto que essas ações terão sobre a liberdade religiosa e a integridade dos cidadãos nicaraguenses. A comunidade internacional deve levantar sua voz em defesa dos direitos humanos e denunciar qualquer ação que viole liberdades fundamentais, como a liberdade religiosa.