Da mesma forma, outra cartinha foi depositada no mesmo local, com um comovente pedido de um menino autista de 8 anos, que sonhava em ganhar uma bicicleta. Sua mãe, desempregada e beneficiária do bolsa-família, enfrentava dificuldades para sustentar a família, e o menino destaca o desejo de ajudá-la da maneira que poderia.
Trabalhando como Papai Noel no Shopping, Genuíno José Rodrigues, de 79 anos, se emociona com os pedidos que recebe, muitas vezes indo além dos brinquedos e telefones caros que são mais comuns em época de Natal. Segundo ele, uma menina de 10 anos pediu ajuda para os pais conseguirem emprego, pois a falta de comida em casa era uma realidade. Ele afirma que sentiu muita vontade de chorar ao ouvir o pedido da menina.
Outras cartas revelam pedidos inusitados, como o de uma jovem que pediu um marido, e um menino que pediu para que suas amigas tivessem boas notas na escola. Carlos Alberto Patrício, de 71 anos, é outra pessoa que trabalha como Papai Noel em um shopping e relata a história de uma menina que pediu para o pai amar o cachorro assim como amava o gato, sinalizando um desejo de atenção e carinho.
O surgimento de pedidos como esses é um reflexo da realidade de muitas famílias que enfrentam dificuldades inimagináveis. Em tempos de verão, a situação fica ainda mais difícil para os Papais Noéis, com a roupa pesada e o forte calor tirando a condição de trabalho de muitos. Limachem Cherem, fundador da Escola de Papai Noel do Brasil, destacou que os bons velhinhos têm recusado espaços abertos ou sem climatização devido ao calor, que chega a prejudicar a saúde deles. Uma sugestão é a colocação de um ar-condicionado portátil, além do uso de roupas mais leves para amenizar os efeitos do clima quente.