Fato que sabemos é que Milei não incluiu o decreto na agenda das sessões extraordinárias, que ocorrem entre 26 de dezembro e 31 de janeiro, por conta da resistência que o DNU desencadeou na maioria das forças parlamentares. O parecer correspondente, caso exista, só poderá ser apreciado pelo plenário de ambas as câmaras a partir de 1º de março, quando as sessões ordinárias começam e os legisladores recuperam o controle da agenda.
A Casa Rosada, sede do governo argentino, está confiante no futuro do DNU no Congresso e sustenta que nenhuma DNU foi rejeitada por ambas as câmaras. No entanto, o perfil e a postura de Milei, que se recusa a modificar o decreto, não estão colaborando com os blocos de oposição, que estão em uma encruzilhada entre a vontade de colaborar com o governo e a tensão resultante de um presidente que impõe um novo modelo econômico sem abrir o jogo ao Congresso.
Por sua vez, as propostas de pessoas experientes no meio parlamentar, como Miguel Pichetto e Emilio Monzó, para que Milei reveja sua decisão, não surtiram efeito. Diante disso, a tendência é que a discussão sobre o DNU no Congresso seja marcada por um embate entre o governo e a oposição não-Kirchnerista, porém, ainda há a possibilidade de um acordo. O tempo, que permite um amolecimento das posições, pode ser um fator decisivo nessa queda de braço, beneficiando tanto Milei quanto os blocos de oposição. O desfecho deste embate, que está somente começando, será fundamental para o futuro da Argentina e de sua economia.