Ataques em aldeias da Nigéria resultam em mais de 100 mortes em série de violência sem precedentes pelo país.

Mais de cem pessoas foram mortas no centro da Nigéria em uma série de ataques a aldeias, informaram autoridades locais na segunda-feira. O número de mortos representa um aumento acentuado em relação à quantidade inicial divulgada pelo exército no domingo à noite, que era de apenas 16 mortos em uma região assolada há vários anos por tensões religiosas e étnicas.

“Os ataques, que começaram na área de Bokkos, se espalharam para a vizinha Barkin Ladi, onde 30 pessoas foram encontradas mortas, de acordo com o presidente local, Danjuma Dakil”, informa uma fonte que pediu para não ser identificada.

Gangues militares, chamadas localmente de “bandidos”, lançaram ataques “bem coordenados” em “não menos de 20 comunidades diferentes”, disse Monday Kassah, chefe do governo local em Bokkos, estado de Plateau, à AFP. “Encontramos mais de 300 pessoas feridas”, que foram transferidas para hospitais em Bokkos, Jos e Barkin Ladi, acrescentou.

Falha do governo

A Anistia Internacional criticou o governo após os ataques, afirmando que “as autoridades nigerianas têm falhado em encerrar os frequentes ataques mortais a comunidades rurais no estado de Plateau”, em uma postagem no X, anteriormente conhecido como Twitter.

No domingo, o governador do estado, Caleb Mutfwang, condenou o ataque, chamando-o de “bárbaro, brutal e injustificado”. “Medidas proativas serão tomadas pelo governo para conter os ataques em curso contra civis inocentes”, disse Gyang Bere, porta-voz do governador. Tiros ainda podiam ser ouvidos no final da tarde de domingo, segundo uma fonte da região.

O noroeste e o centro da Nigéria têm sido há muito tempo aterrorizados por milícias de bandidos que operam a partir de bases profundas em florestas e atacam vilarejos para saquear e sequestrar residentes em troca de resgate.

A Nigéria tem sido assolada por uma onda de violência étnica e sectária que só aumenta com o passar dos anos, e o governo tem sido criticado por sua ineficácia em lidar com a situação. Esses ataques recentes são apenas mais um exemplo trágico dessa situação, deixando mais de cem pessoas mortas e centenas de feridos.

A sociedade civil e organizações internacionais como a Anistia Internacional estão pressionando as autoridades em busca de soluções para acabar com essas terríveis situações que têm ocorrido regularmente no país. O mundo observa com preocupação a falta de ação efetiva do governo diante dessas tragédias repetidas.

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