Castanha-da-amazônia impulsiona desenvolvimento sustentável na Região Norte por meio de pagamentos por serviços ambientais, mostra estudo da Embrapa.

Um estudo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revelou que a castanha-da-amazônia, também conhecida como castanha-do-pará, está desempenhando um papel crucial no impulsionamento do desenvolvimento sustentável da Região Norte do Brasil. Além de ajudar na garantia do armazenamento de carbono e na regulação do clima, a castanha está contribuindo para a geração de renda em comunidades extrativistas, ao mesmo tempo em que auxilia o país no cumprimento de metas de programas governamentais e acordos internacionais.

A conclusão do estudo, intitulado “Castanha-da-Amazônia: Estudos sobre a Espécie e sua Cadeia de Valor Aspectos Sociais, Econômicos e Organizacionais”, foi divulgada recentemente pela Embrapa. Segundo os pesquisadores responsáveis pelo levantamento, os pagamentos por serviços ambientais (PSA) e o pagamento por redução de emissões provenientes de desmatamento e degradação florestal (REDD+) na Amazônia são mecanismos que se destacam pelo potencial de agregar valor às florestas com ocorrência da castanheira.

A Embrapa estima que a produção de castanhas obtida por meio do extrativismo no Brasil movimente, no mínimo, R$ 130 milhões por ano, envolvendo dezenas de milhares de famílias e movimentando milhões de dólares anualmente.

Por conter altas concentrações de nutrientes, a castanha-da-amazônia é considerada um “superalimento”, repleto de compostos lipídicos, proteicos e antioxidantes, como o selênio, que é associado à proteção contra doenças neurodegenerativas e câncer. De acordo com os pesquisadores, as áreas com castanheiras representam florestas de alto valor para a bioeconomia, para a preservação das comunidades agroextrativistas e para a estabilidade ecológica.

A castanheira desempenha um “papel crucial” para a conservação da Amazônia, estando presente em cerca de 32% do bioma, aproximadamente 2,3 milhões de km². Apesar de representarem apenas 3% dos indivíduos em um castanhal na Amazônia Setentrional, as castanheiras contribuem com 40% da biomassa viva acima do solo, dos quais cerca de 50% são compostos por carbono.

Diante desse contexto, os pesquisadores acreditam que as compensações pelos serviços ambientais da castanha-da-amazônia são cruciais para a conservação da Floresta Amazônica, além de promoverem a sustentabilidade das comunidades que dependem deste recurso natural. O estudo desenvolvido pela Embrapa reforça a importância da preservação e valorização dos recursos naturais presentes na região amazônica, para a garantia do desenvolvimento sustentável da região.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo