De acordo com o comunicado do Exército, um dos mísseis antitanque disparados pelo Hezbollah atingiu diretamente a Igreja Ortodoxa Grega de Santa Maria de Iqrit, ferindo um civil. O incidente foi visto como uma violação da resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que encerrou a guerra entre Israel e o Hezbollah em 2006. A resolução estipula que apenas o Exército libanês e a Força Interina da ONU no Líbano (Unifil) podem ser mobilizados entre a fronteira e o rio Litani.
Além disso, nove soldados israelenses também foram feridos, um deles gravemente, quando tentavam socorrer o civil na igreja. O Hezbollah assumiu a responsabilidade pelos disparos, alegando que atacou um quartel com “mísseis do tipo Burkan”.
É importante destacar que os habitantes de Iqrit foram expulsos de suas terras pelo Exército israelense logo após a fundação do Estado de Israel, em 1948. A igreja, danificada pelo míssil, e um cemitério são os únicos vestígios remanescentes do povoado, destruído pelo Exército israelense na noite de Natal de 1951 para impedir o retorno de seus habitantes, após uma decisão do Supremo Tribunal de Israel.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, na Faixa de Gaza, as trocas de disparos entre o Estado judeu e o Hezbollah têm sido constantes na fronteira. Desde 7 de outubro, a violência resultou em mais de 150 mortes do lado libanês, a maioria deles combatentes do Hezbollah, e pelo menos 13 do lado israelense, incluindo nove soldados.
O ataque à igreja em Iqrit é um dos episódios mais recentes de uma série de confrontos entre as forças israelenses e grupos extremistas na região. A situação permanece tensa, com a expectativa de novos desdobramentos nos próximos dias.