Casamentos homoafetivos no Brasil têm aumento significativo e representam 0,6% do total, mostra levantamento do ObservaDH

O Brasil tem registrado um aumento significativo no número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. De acordo com dados do Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH), sob gestão do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), entre os anos de 2013 e 2021, foram registrados 59.620 casos desse tipo de união. Esse número representa um crescimento de 148,7% em nove anos, com 3,7 mil registros em 2013 e 9.202 em 2021.

Os dados mostram que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo correspondem a 0,6% do total de casamentos no país, uma porcentagem que aumentou de 0,4% em 2013 para 1% em 2021. A secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do MDHC, Symmy Larrat, defende que esses dados indicam a importância da proteção jurídica para as pessoas do mesmo sexo, contribuindo para um Brasil mais justo e igualitário.

A região Sudeste registrou a maior proporção de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, com 0,8%, enquanto a Região Norte teve a menor proporção, com apenas 0,3%. Entre os estados, os maiores percentuais de casamentos homoafetivos foram em Santa Catarina (1,1%) e São Paulo (1%), enquanto os menores foram no Acre, Maranhão, Rondônia e Tocantins, com 0,2% em cada.

A maioria dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo (57,1%) foi entre mulheres, e a Região Sudeste teve o maior número desses casamentos, ultrapassando os 35 mil, o que corresponde a 58,8% do total do país. O IBGE não registrou nenhum casamento entre pessoas do mesmo sexo com cônjuges com idade inferior a 15 anos entre 2013 e 2021.

O ObservaDH foi lançado em dezembro de 2023, com o objetivo de reunir um conjunto de indicadores de direitos humanos em diversos segmentos e contribuir para o planejamento, monitoramento e avaliação de políticas públicas.

A legislação brasileira garante os mesmos direitos e deveres para casais homoafetivos que a legislação estabelece para casais heterossexuais desde 2011, quando o Supremo Tribunal Federal equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres. No entanto, um projeto de lei que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados em outubro de 2021. Esse projeto ainda aguarda o parecer da relatora na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, a deputada federal Luizianne Lins.

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