Ministério da Justiça autoriza uso da Força Nacional em terras indígenas no Maranhão para proteger comunidades das ameaças de garimpeiros e madeireiros.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou a utilização de parte da Força Nacional de Segurança Pública para operações da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em áreas da União atribuídas aos povos indígenas awá guajá, ka’apor e tembé no Maranhão. De acordo com a portaria ministerial 568, publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (26), a presença da Força Nacional visa garantir a ordem pública e a segurança das pessoas nas terras indígenas Awá e Alto Turiaçu, no oeste maranhense.

A medida estabelece que a tropa federativa permaneça na região por 90 dias, podendo ter seu prazo estendido conforme a solicitação da Funai. Em agosto deste ano, o Ministério da Justiça e Segurança Pública também havia autorizado a atuação conjunta de agentes da Força Nacional com os servidores da Funai nessas mesmas áreas indígenas, por um período de 90 dias que se encerrou em novembro.

A região enfrenta pressão de garimpeiros, madeireiros, empresas mineradoras e criadores de gado atuando ilegalmente, colocando em risco a preservação ambiental e a segurança das comunidades indígenas. Os ka’apor, por exemplo, mantêm guardiões florestais para proteger suas terras, e alguns membros desse grupo foram mortos nos últimos anos, incluindo Sarapó Ka’apor, morto em maio de 2022, e Kwaxipuru Ka’apor, morto em agosto de 2020.

Além das ações indígenas, a Funai realiza ações de vigilância em parceria com outros órgãos fiscalizadores, como o Ibama, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. No entanto, a fundação reconhece que a região ainda é vulnerável, com riscos de esgotamento dos recursos naturais fundamentais para a sobrevivência dos povos indígenas.

Essas medidas foram destacadas em uma reunião da presidente da Funai, Joenia Wapichana, com representantes do Conselho de Gestão Ka’apor, onde discutiram a necessidade de proteção territorial e outras demandas relacionadas à educação, saúde, direitos sociais e etnodesenvolvimento. A Funai reconhece a importância de ações integradas nessas áreas para garantir a sobrevivência dos povos indígenas.

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