Oposição sérvia anuncia boicote à nova votação legislativa em 30 secções eleitorais por fraudes. Afirmam que resultado não será aceito.

A oposição sérvia confirmou nesta terça-feira (26) que pretende boicotar a nova votação marcada para o dia 30 em trinta das oito mil seções eleitorais do país. A intenção é reforçar a recusa em aceitar o resultado das eleições legislativas, que, na visão da oposição, foram vencidas de forma fraudulenta pela direita nacionalista.

A coalizão Sérvia contra a Violência declarou que as novas votações não serão suficientes para desfazer a fraude e corrigir a injustiça do pleito ocorrido no último dia 17. “Por isso, não participaremos da nova votação”, afirmou a coalizão, que lançou o lema “Segurança das pessoas” como mote para reforçar a rejeição à nova votação.

“A fraude é clara, com parlamentares em greve de fome devido à fraude demonstrada, dissidentes políticos presos e estudantes agredidos pela polícia e detidos”, acrescentou a coalizão.

Os membros da oposição estão em greve de fome em protesto aos resultados da votação realizada em dezembro. Um relatório preliminar da missão de observadores internacionais, que incluiu membros da Organização pela Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), do Parlamento Europeu e do Conselho da Europa, confirmou a existência de “compra de votos” e “enchimento de urnas” em algumas seções eleitorais.

A oposição denuncia que mais de 40 mil pessoas votaram nas eleições locais em Belgrado sem serem moradoras da cidade, sendo enviadas da República Srpska, entidade sérvia na vizinha Bósnia. Os serviços da Bósnia podem votar nas eleições nacionais, mas não nas locais.

Diante desse cenário, a oposição garante que não irá reconhecer a validade dos resultados das eleições e reforça o boicote à nova votação que está marcada e prevista para daqui a quatro dias. A decisão, portanto, coloca o país em situação de instabilidade política, uma vez que a oposição permanece firme em sua intenção de desacreditar a legitimidade do partido do presidente Aleksandar Vucic (SNS) e da direita nacionalista, que obteve 46,7% dos votos, contra 23,5% da oposição.

Essa atitude, portanto, cria um impasse político entre as forças competitivas no país e gera um clima de instabilidade que pode se arrastar nos próximos dias. Resta saber como o governo reagirá a esse cenário quando a nova votação ocorrer daqui a quatro dias. A oposição, por sua vez, manterá a pressão e controle sobre a situação para fazer valer sua posição rejeição aos resultados do pleito.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo