CDH aprova prorrogação das cotas para negros na administração pública por 25 anos, com aumento para 30% e regra exclusiva para mulheres

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou o projeto de lei 1.958/2021, que prorroga por mais 25 anos as cotas para negros em cargos da administração pública. O relator do projeto, o senador Fabiano Contarato (PT/ES), propôs alterações que aumentam a reserva de vagas para 30% e incluem uma regra exclusiva para mulheres negras nos concursos públicos. Essa medida visa combater a desigualdade racial e garantir mais oportunidades de acesso ao serviço público para a população negra.

De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2021, houve um crescimento do número de funcionários negros entre os anos 2000 e 2019. No entanto, a desigualdade racial ainda persiste, o que reforça a necessidade de políticas de ação afirmativa, como as cotas raciais, para promover a inclusão e a equidade no mercado de trabalho.

O projeto de lei agora segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. A proposta tem gerado debates e discussões acaloradas no Congresso Nacional, com opiniões divergentes sobre a eficácia e a pertinência das cotas raciais. Enquanto alguns senadores defendem a importância das cotas para corrigir as desigualdades históricas, outros acreditam que a medida pode gerar injustiças e discriminações reversas.

A prorrogação das cotas para negros em cargos da administração pública é uma iniciativa que reflete os esforços do legislativo para promover a igualdade de oportunidades e combater o racismo estrutural presente na sociedade brasileira. A inclusão de uma regra específica para mulheres negras nos concursos públicos também é uma medida importante, considerando a dupla discriminação enfrentada por essa parcela da população.

Independentemente das opiniões divergentes, a aprovação do projeto de lei pela Comissão de Direitos Humanos representa um avanço significativo no debate sobre políticas de inclusão e equidade racial no Brasil. A expectativa é que a proposta seja debatida e votada em breve pelo plenário do Senado, contribuindo para a construção de um país mais justo e igualitário para todos os brasileiros.

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