Essas lesões oculares podem causar irritação, inchaço, visão turva e até mesmo cegueira temporária, além de causar dor intensa. Diante dessa situação, a Vigilância em Saúde e o Instituto de Vigilância Sanitária do Rio (IVISA-Rio), órgãos da Secretaria Municipal de Saúde, iniciaram uma apuração epidemiológica para identificar as marcas dos produtos, assim como os estabelecimentos onde os penteados foram feitos ou os produtos adquiridos.
Foi ressaltado que algumas marcas de pomadas estão com a comercialização e uso suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em todo o Brasil, por conterem insumos nocivos à saúde, incluindo aqueles que causam intoxicação ocular.
Uma das principais preocupações está no fato de que mais pessoas podem enfrentar o mesmo problema durante o réveillon, já que muitas delas costumam terminar a noite mergulhando no mar, e há previsões de chuva para a data. Para evitar novos incidentes, o IVISA-Rio orienta que as pessoas utilizem somente produtos regularizados junto à Anvisa.
Em dias comuns, a emergência oftalmológica do Hospital Souza Aguiar atende em torno de 70 pacientes por dia. No entanto, durante o Natal, esse número saltou para 83 e 167 atendimentos nos dias 25 e 26, respectivamente, a maioria devido a lesões oculares causadas pelo contato com a pomada.
Entre os sintomas apresentados pelos pacientes estão coceira, vermelhidão, irritação, ardência e inchaço nos olhos. Nos casos mais graves, a visão pode ficar turva e o paciente pode perder a capacidade de enxergar. Essa situação foi considerada grave pela diretora do Hospital, Paula Travassos. Ela destacou a importância de se evitar a exposição aos produtos e alertou para o risco aumentado durante o réveillon, momento em que muitos mergulham no mar.