Governo da Polônia liquida empresas estatais de comunicação em meio a polêmica sobre propaganda e imparcialidade.

O governo da Polônia anunciou na quarta-feira (27) que vai liquidar as empresas estatais de comunicação, em mais um passo do que as autoridades em Varsóvia estão chamando de “imparcialização” dos veículos, por anos considerados ferramentas de propaganda do Gabinete anterior. A decisão gerou reações tanto do governo quanto da oposição.

De acordo com a publicação no antigo Twitter, o ministro da Cultura, Bartlomiej Sienkiewicz, destacou que, no sábado (23), o presidente, Andrzej Duda, vetou um projeto de financiamento do governo do premier Donald Tusk para as empresas de comunicação. O veto foi motivado pelo descontentamento com mudanças nos comandos das companhias estatais, anunciadas na semana passada e duramente atacadas pelos parlamentares do Partido Lei e Justiça (PiS), ligado a Duda e ao antigo Gabinete. Sem o dinheiro, Sienkiewicz afirmou que a única solução foi a liquidação.

O ministro declarou que o estado de liquidação poderá ser suspenso a qualquer momento. No entanto, a oposição já se manifestou, chamando a medida de “irregular” e prometendo reagir. Uma deputada da oposição, Joanna Lichocka, afirmou que “o governo de Tusk está destruindo a mídia polonesa”. Dentro do sistema político polonês, o presidente atua como chefe de Estado, e tem o poder de vetar projetos, enquanto o primeiro-ministro é o chefe de Governo, e determina os rumos do país.

Depois de vencer as eleições gerais de outubro, e de garantir o apoio para formar um Gabinete, no começo do mês, o premier Donald Tusk, um veterano da política polonesa e alinhado à União Europeia, deu alguns passos para mudar a postura das empresas estatais de comunicação do país. Uma de suas primeiras e mais controversas medidas foi anunciada em 21 de julho, com mudanças nos comandos das empresas e o início de um processo de “imparcialização” das linhas editoriais.

Essas ações provocaram críticas e protestos de lideranças do PiS e antigos dirigentes das empresas. Além disso, um órgão comandado pelo PiS chegou a anunciar um nome alternativo para comandar a emissora, mas o governo de Donald Tusk parece ter ignorado a escolha.

A Polônia vive um momento de tensão política, com divisões profundas e disputas de poder entre governo e oposição. A liquidação das empresas estatais de comunicação gerou ainda mais conflitos, destacando o quão polarizado está o país. Resta acompanhar os desdobramentos dessa decisão e as possíveis reações da oposição nos próximos dias.

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