De acordo com a publicação no antigo Twitter, o ministro da Cultura, Bartlomiej Sienkiewicz, destacou que, no sábado (23), o presidente, Andrzej Duda, vetou um projeto de financiamento do governo do premier Donald Tusk para as empresas de comunicação. O veto foi motivado pelo descontentamento com mudanças nos comandos das companhias estatais, anunciadas na semana passada e duramente atacadas pelos parlamentares do Partido Lei e Justiça (PiS), ligado a Duda e ao antigo Gabinete. Sem o dinheiro, Sienkiewicz afirmou que a única solução foi a liquidação.
O ministro declarou que o estado de liquidação poderá ser suspenso a qualquer momento. No entanto, a oposição já se manifestou, chamando a medida de “irregular” e prometendo reagir. Uma deputada da oposição, Joanna Lichocka, afirmou que “o governo de Tusk está destruindo a mídia polonesa”. Dentro do sistema político polonês, o presidente atua como chefe de Estado, e tem o poder de vetar projetos, enquanto o primeiro-ministro é o chefe de Governo, e determina os rumos do país.
Depois de vencer as eleições gerais de outubro, e de garantir o apoio para formar um Gabinete, no começo do mês, o premier Donald Tusk, um veterano da política polonesa e alinhado à União Europeia, deu alguns passos para mudar a postura das empresas estatais de comunicação do país. Uma de suas primeiras e mais controversas medidas foi anunciada em 21 de julho, com mudanças nos comandos das empresas e o início de um processo de “imparcialização” das linhas editoriais.
Essas ações provocaram críticas e protestos de lideranças do PiS e antigos dirigentes das empresas. Além disso, um órgão comandado pelo PiS chegou a anunciar um nome alternativo para comandar a emissora, mas o governo de Donald Tusk parece ter ignorado a escolha.
A Polônia vive um momento de tensão política, com divisões profundas e disputas de poder entre governo e oposição. A liquidação das empresas estatais de comunicação gerou ainda mais conflitos, destacando o quão polarizado está o país. Resta acompanhar os desdobramentos dessa decisão e as possíveis reações da oposição nos próximos dias.