Presidente argentino ameaça convocar plebiscito em caso de rejeição de medidas de ajuste fiscal no Congresso. Movimentos sindicais convocam manifestações.

O presidente argentino, Javier Milei, causou polêmica ao assinar um pacote de medidas de ajuste fiscal, desregulamentação e diminuição do papel do Estado na economia. O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) contém 366 artigos e propõe um plano de estabilização econômica de choque, visando avançar ainda na privatização de empresas públicas.

Diante da possibilidade de rejeição no Congresso, Milei prometeu convocar um plebiscito para que a população decida sobre o assunto. Em entrevista ao La Nación, o presidente argumentou: “Se rechaçarem o DNU, chamarei uma consulta popular. Quero que o Congresso me explique por que se põe contra algo que faz bem às pessoas.”

No entanto, a decisão de Milei enfrenta resistência por parte de sindicatos e trabalhadores do Estado. A Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) e a Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocaram uma manifestação em frente ao Palácio da Justiça, na Praça dos Tribunais, em Buenos Aires, como forma de protesto contra a não renovação do contrato de servidores públicos incorporados ao longo de 2023.

Além disso, os sindicatos planejam atos em outras províncias, como bloqueio de estradas, greves e assembleias, no que chamam de Dia Nacional de Luta. A reação dos trabalhadores mostra a polarização em torno das medidas propostas por Milei, com um setor da população preocupado com as possíveis consequências negativas do plano de ajuste fiscal.

A atitude do presidente argentino revela a tensão entre as medidas econômicas propostas e os impactos sociais que elas podem causar, tornando a discussão sobre o papel do Estado na economia ainda mais acalorada. A promessa de plebiscito coloca em pauta a participação popular na definição dos rumos do país, indicando uma crise política em meio ao debate sobre as medidas de ajuste fiscal. A situação na Argentina demanda atenção e acompanhamento diante do cenário de conflito entre o governo e setores da sociedade contrários às medidas.

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