O político foi ministro da Economia entre 1981 e 1984 no governo do presidente socialista François Mitterrand. Posteriormente, assumiu a presidência da Comissão Europeia, onde sua gestão foi marcada por avanços significativos na unificação e integração dos países europeus. Ele foi uma figura central na concepção da Europa atual, que envolveu a criação do mercado único, os acordos de Schengen, o programa de intercâmbio de estudantes Erasmus e a reforma da Política Agrícola Comum.
Além disso, Delors também enxergou a necessidade de uma união econômica e monetária, que culminou na criação do euro, a moeda única utilizada por 20 dos 27 membros atuais da UE. Conhecido por muitos como o “Senhor Europa” ou “Czar da Europa”, ele foi um visionário que moldou inteiras gerações de europeus.
No entanto, suas ideias de maior integração europeia também enfrentaram resistência, sobretudo de alguns países-membros, como o Reino Unido, cuja postura mais nacionalista e a oposição à integração europeia se concretizou no Brexit em 2020. Até os últimos dias, Delors defendeu o fortalecimento do federalismo europeu e pediu mais “ousadia” como resposta à saída do Reino Unido da UE e aos ataques de “populistas de todo o tipo”.
Nascido em Paris em 1925, Delors era casado com Marie Lephaille e teve dois filhos, sendo Martine Aubry a atual prefeita de Lille. Sua vida política e ativista em prol da integração europeia perdurou até seus últimos dias, deixando um legado inegável na história da União Europeia.
Foram muitas as homenagens prestadas a Jacques Delors, ressaltando sua importância na construção e fortalecimento da Europa. Seu papel como “arquiteto da Europa” foi amplamente reconhecido por diversas lideranças mundiais, demonstrando o legado e o impacto duradouro de sua contribuição para o desenvolvimento da União Europeia.