Comissão eleitoral do Iraque divulga resultados definitivos das eleições provinciais, com partidos xiitas garantidos ao Irã e vitória de governadores ligados ao país.

Nas eleições provinciais do Iraque, realizadas em 18 de dezembro, os resultados definitivos foram anunciados nesta quinta-feira (28). Os eleitores iraquianos votaram em 15 províncias do país, onde a comunidade xiita é a mais numerosa, com 43 milhões de religiosos. Essas eleições representaram um importante teste para o governo do primeiro-ministro Mohammed Shia’ Al Sudani, que alcançou o poder pouco mais de um ano atrás, apoiado por uma coalizão de partidos pró-Irã.

Os resultados das eleições apontam para a vitória dos governadores atuais ou das coalizões formadas por partidos simpáticos ao Irã em novas províncias no centro e sul do Iraque. Em Bagdá, os partidos “Estado de Direito” e “Nabni” lideraram com nove das 52 cadeiras cada um, seguidos por Taqadom (Progresso, em árabe), o partido do influente político sunita Mohammed al Halbousi, ex-presidente do Parlamento.

Os conselhos provinciais têm prerrogativas importantes, como a eleição do governador da província e a definição de orçamentos para saúde, transporte e educação. Esses conselhos foram criados após a invasão americana do Iraque e a queda de Saddam Hussein em 2003. Eles haviam sido abolidos no final de 2019 como uma concessão aos protestos antigovernamentais, mas o governo de Al Sudani os restabeleceu.

Desde sua ascensão ao poder, o primeiro-ministro Al Sudani tem se concentrado no desenvolvimento de serviços públicos e da infraestrutura devastada por décadas de conflito. No entanto, as eleições provinciais foram importantes não só para o governo, mas também como um termômetro para a influência do Irã no país, já que os partidos xiitas próximos ao país vizinho garantiram vitórias em várias províncias.

Esses resultados destacam a importância do Irã na política iraquiana e evidenciam a disputa por influência no país, onde os interesses regionais desempenham um papel central. A coalizão do primeiro-ministro Al Sudani saiu vitoriosa nas eleições, mas enfrentará o desafio de lidar com a resistência de grupos partidários de países vizinhos.

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