Exercícios militares com 5.600 participantes em resposta à chegada de navio britânico na Venezuela.

Nesta quinta-feira (28), mais de 5.600 participantes participaram de exercícios militares ordenados pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em resposta à chegada de um navio de guerra britânico à Guiana. Maduro, acompanhado do alto comando das forças armadas, afirmou que “Ordenei a ativação de uma ação conjunta de toda a Força Armada Nacional Bolivariana sobre o Caribe Oriental da Venezuela, sobre a Fachada Atlântica, uma ação conjunta de caráter defensivo e em resposta à provocação e à ameaça do Reino Unido contra a paz e a soberania de nosso país”.

A chegada do HMS Trent permitiu quebrar a frágil trégua entre os dois países em meio à disputa secular pelo território de Essequibo, rico em petróleo. A Guiana, por sua vez, negou que a chegada do navio faça parte de um plano para um ataque, afirmando que se trata de uma medida para aumentar a segurança interna, sem representar uma ameaça a ninguém.

Os exercícios militares venezuelanos contaram com a participação de 5.682 combatentes, incluindo aviões de guerra, caças F-16, Sukhoi russos, embarcações, navios-patrulha, lanchas armadas com mísseis e veículos anfíbios. Os exercícios foram mobilizados a partir do estado de Sucre, próximo de Trinidad e Tobago, em frente aos limites das águas disputadas com a Guiana.

A disputa territorial se intensificou após a realização de um referendo sobre a soberania de Essequibo na Venezuela, levantando temores de um conflito armado entre os vizinhos. Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, concordaram que seus governos não usarão a força mútua em nenhuma circunstância, afirmando acreditar na diplomacia, no diálogo e na paz.

No entanto, a tensão entre os dois países persiste, com a Venezuela reivindicando que Essequibo faz parte de seu território e apelando ao Acordo de Genebra de 1966. Por sua vez, a Guiana solicitou à Corte Internacional de Justiça que ratificasse um laudo de 1899 que anula o argumento venezuelano.

A presença do HMS Trent na região do Caribe é mais um capítulo nesse conflito, com o navio sendo deslocado originalmente para combater o tráfico de drogas. Toda essa sequência de acontecimentos mantém a região envolta em um ambiente de tensão e incerteza quanto ao desenrolar dos próximos acontecimentos.

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