Fadeeva, de 31 anos, cujo julgamento começou em agosto, dirigiu a equipe de Navalny na cidade de Tomsk. Ela foi acusada de “criar uma organização extremista” e de “participar de uma organização que mina os direitos dos cidadãos”. A defesa de Fadeeva vai recorrer da decisão do tribunal.
Os aliados da opositora denunciaram a condenação como mais um exemplo da perseguição política na Rússia. Em 2020, Fadeeva foi eleita vereadora de Tomsk, junto com outros ativistas independentes da Sibéria, um raro sucesso para a oposição russa na época. Contudo, desde então, ocorreu um recrudescimento na repressão política por parte do governo de Vladimir Putin.
Além disso, em 2021, as equipes de campanha de Navalny foram declaradas “extremistas” pelas autoridades, expondo seus partidários e colaboradores ao risco de processo criminal. A situação tem gerado tensão e atritos crescentes entre o governo russo e a oposição, que tem enfrentado duras medidas repressivas e perseguição.
Cerca de 20.000 russos foram detidos desde o início do conflito na Ucrânia por protestarem contra as políticas do Kremlin, afirma a ONG especializada OVD-Info. Quase todas as principais figuras da oposição do país, como Vladimir Kara-Murza e Ilia Iashin, estão atrás das grades, ou exiladas.
Desse modo, a condenação de Ksenia Fadeeva é mais uma evidência do aumento da repressão política na Rússia. O governo de Vladimir Putin tem sido criticado por líderes internacionais e por organizações de defesa dos direitos humanos, que denunciam a perseguição sistemática da oposição no país. Enquanto isso, a população russa continua enfrentando desafios e restrições cada vez mais severas à liberdade de expressão e manifestação.
