Bahia realiza primeira cirurgia de redesignação sexual pelo SUS, marco para hospital universitário da UFBA e desafio para planos de saúde

No dia 9 de agosto de 2023, a bailarina e professora de dança Yohana de Santana, então com 47 anos, se submeteu a uma cirurgia que mudaria definitivamente a vida dela e também seria um marco para o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Yohana realizou a primeira operação para redesignação sexual pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado.

No entanto, a operação foi realizada em Salvador e se tornou um acontecimento histórico tanto para a paciente quanto para o hospital. Com a alta médica no dia 18 do mesmo mês, a bailarina passou a se dedicar à sua recuperação pós-operatória, marcada por palavras como “tranquilidade” e “natural”. Durante esse período, ela ressaltou a importância do acompanhamento psicológico no pós-operatório, revelando que se sentia psicologicamente preparada para o procedimento após anos de preparação e busca por informações.

Além disso, a experiência de Yohana serviu para que ela compartilhasse sua história com outros e se tornasse um símbolo de inspiração para aqueles que também desejam realizar a cirurgia de redesignação sexual. A satisfação e plenitude que ela sente após a cirurgia são evidentes, assim como a importância do procedimento para sua saúde mental.

O Hospital Universitário da UFBA, conhecido como Hospital das Clínicas, se tornou um polo de referência no atendimento e realização de procedimentos de redesignação sexual. Com o procedimento da Yohana, a unidade recebeu ainda mais reconhecimento e abriu caminho para outros pacientes que necessitam desse tipo de cirurgia.

O caso da bailarina também chamou atenção para a luta pela cobertura das cirurgias de redesignação sexual pelos planos de saúde, culminando em uma decisão unânime do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que obriga as operadoras a oferecerem esse tipo de cobertura. A decisão foi vista como um avanço significativo para a comunidade trans e não binária, mas ainda há desafios a serem superados em relação à cobertura integral dos procedimentos.

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