Espanha vence a Copa do Mundo de futebol feminino e expõe desafios além das quatro linhas em torneio marcado por polêmicas

A sétima edição da Copa do Mundo de futebol feminino, realizada na Austrália e Nova Zelândia, marcou um momento de consolidação e desenvolvimento da modalidade em diversos países. A grande surpresa foi a conquista do título inédito pela Espanha, que deixou para trás as tetracampeãs Estados Unidos, eliminadas nas oitavas de final e fora do top três pela primeira vez na história.

Apesar de existir desde 1980, a seleção espanhola teve apenas sua terceira participação em mundiais, tendo obtido a classificação em 2015 e 2019. Foi na Copa da França que as espanholas conseguiram superar as oitavas de final. A virada do futebol de mulheres na Espanha teve início em 2010, com investimentos na base e na estrutura esportiva. O técnico campeão, Jorge Vilda, iniciou seu trabalho na seleção principal em 2015, mas enfrentou divisões no vestiário, sendo alvo de críticas e assédio moral por parte das jogadoras.

A Espanha também expôs os desafios fora de campo, como o caso do beijo não consentido do então presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luís Rubiales, na atacante Jenni Hermoso, que gerou debate público e posicionamento de autoridades. Rubiales não resistiu à pressão e renunciou ao cargo, sendo banido do futebol por três anos. Jorge Vilda, apoiador de Rubiales, foi demitido da seleção espanhola e atualmente comanda a seleção feminina do Marrocos.

A Copa de 2023 também revelou talentos individuais, como Aitana Bonmatí, premiada como a melhor jogadora do torneio, e Mary Earps, premiada como a melhor goleira. No entanto, a seleção brasileira teve uma atuação abaixo do esperado, sendo eliminada na fase de grupos após ser derrotada pela Jamaica. A técnica sueca Pia Sundhage, que havia sido contratada para liderar a seleção até os Jogos de Paris, foi demitida e seu trabalho bastante questionado.

Já no Brasil, o futebol feminino foi dominado pelo Corinthians em 2023, com conquistas na Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Libertadores e Paulistão. Com a saída de Arthur Elias, as corinthianas estão sob o comando de Lucas Piccinato, e também foi realizado a primeira edição da Copinha Feminina, vencida pelo Flamengo.

O cenário de desenvolvimento do futebol feminino se estendeu ainda para as categorias de base, com a realização da Copinha Feminina pela Federação Paulista de Futebol. O torneio contou com 16 equipes sub-20 de diferentes estados, sendo vencido pelo Flamengo e com planos de expansão para o próximo ano. A diretora de futebol feminino da FPF, Ana Lorena Marche, destacou a importância da competição para o fomento do futebol feminino no país.

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