A partir de 1º de janeiro de 2024, o salário mínimo oficial do Brasil será de R$ 1.412. Considerando a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para o período de maio a dezembro de 2023, o ganho real chegou a 5,77%, conforme calculou o Dieese.
De acordo com a entidade, a política de valorização do salário mínimo, que trouxe aumento real em todos os anos de 2003 a 2016, é um dos fatores mais importantes para o aumento da renda da população mais pobre e marca o sucesso de uma luta que promoveu um grande acordo salarial na história do país. A política estabeleceu uma regra estável, permanente e previsível, promovendo a recuperação gradativa e diferida no tempo, com referência para os aumentos reais e estímulo ao crescimento da economia.
O Dieese avalia que a valorização do salário mínimo induz à ampliação do mercado consumidor interno e fortalece a economia brasileira. Além disso, ao elevar o piso nacional, a política contribuiu para reduzir as desigualdades salariais entre homens e mulheres, negros e não negros, e entre regiões do país, tendo impacto positivo sobre os reajustes dos pisos salariais das diversas categorias de trabalhadores e trabalhadoras.
A entidade ainda destacou que em janeiro de 2017 e 2018, o reajuste do salário mínimo ficou abaixo da inflação, acumulando perdas reais. Em anos seguintes, houve ganhos e perdas reais. Porém, em janeiro de 2023, o aumento real foi de 1,41%.
Dessa forma, o reajuste do salário mínimo tem grande impacto na economia brasileira, influenciando a renda de milhões de pessoas e a arrecadação tributária, além de ter repercussões nas desigualdades salariais e nos reajustes dos pisos salariais das diferentes categorias de trabalhadores.