A escolha desta expressão reflete a crescente relevância e impacto da inteligência artificial na vida moderna. A dualidade entre homem e máquina é um tema recorrente que deverá nortear as futuras relações de trabalho, estudo e vida cotidiana. O poder do ChatGPT, um aplicativo de inteligência artificial generativa popularizado este ano pela Open AI, evidencia a inexorabilidade da presença da IA em diversos aspectos da sociedade.
Por sua vez, o dicionário de Cambridge escolheu a palavra “hallucinate” (alucinar), que ganhou um significado extra por conta da inteligência artificial generativa. A descrição do comportamento de “delírio” atribuído aos aplicativos de IA revela a capacidade das máquinas de produzir informação falsa, predispondo à consequentes “alucinações” nos resultados de pesquisas e atividades exercidas.
Essas escolhas refletem a necessidade de uma análise crítica e moldagem consciente da inteligência artificial, como destaca o antropólogo William Corbo. Além disso, a antropóloga Gilian Tett enfatiza a importância da “inteligência antropológica” para relativizar certezas que muitas vezes não encontram respaldo na realidade.
Outra palavra escolhida, “authentic” (autêntico) pelo dicionário Merriam-Webster, ressalta a reflexão acerca da contemporaneidade em que avatares, deep fakes, simuladores de voz e imagens podem emular seres humanos e ressuscitar artistas mortos para fins publicitários.
Diante desse cenário, é perceptível que a sociedade terá que se adaptar e dialogar crescentemente com máquinas capazes de manipular a realidade. As considerações do ChatGPT, como programa de inteligência artificial, reforçam a necessidade de atenção e análise crítica sobre o impacto da IA na sociedade contemporânea.
Portanto, as escolhas das “palavras do ano” pelos dicionários refletem não apenas o presente, mas também as possíveis preocupações e rumos da sociedade em um futuro próximo.