Irã executa quatro pessoas, incluindo mulher, por espionagem para Mossad, agência de inteligência de Israel

O Irã executou nesta sexta-feira quatro pessoas, incluindo uma mulher, condenadas à morte por um tribunal da República Islâmica. Eles foram considerados culpados de espionagem para a Mossad, os serviços de inteligência de Israel, segundo a agência oficial de notícias iraniana, IRNA.

De acordo com o site oficial Mizan Online, anexo ao Poder Judiciário, os executados foram presos em outubro do ano passado junto com outras seis pessoas, as quais não está especificado se também serão levadas à forca. Segundo a IRNA, os membros deste grupo receberam dinheiro de agentes de entidades sionistas e de oficiais da Mossad em diversas ocasiões em troca de tarefas que completaram, e comunicaram diretamente com oficiais da inteligência israelita.

O Judiciário iraniano afirmou que os integrantes “daquela rede (…) executaram tarefas que lhes foram atribuídas pelo serviço de inteligência sionista com a intenção de perturbar a segurança nacional por meio de métodos de assassinato, sequestro, destruição e incêndio criminoso”.

A agência de notícias Tasnim identificou os quatro executados como Vafa Hanareh, Aram Omari e Rahman Parhazo, juntamente com a mulher, Nasim Namazi. Não há informações sobre o destino das outras seis pessoas presas no mesmo período.

Um vídeo compartilhado pela IRNA mostra os homens confessando a sua alegada cooperação com um oficial da Mossad na Turquia. Afirmaram que a sua missão envolvia raptar, ameaçar e incendiar veículos e casas de alvos não identificados, bem como roubar celulares.

Segundo Organizações de Direitos Humanos, como a Anistia Internacional e o Iran Human Rights, os tribunais iranianos condenam diversas pessoas à forca apenas com base em confissões extraídas sob tortura. Esta é a última de uma série de execuções e sentenças à forca no Irã. No dia 16 de dezembro, as autoridades iranianas aplicaram a pena de morte a um homem condenado por espionagem para serviços de inteligência estrangeiros, incluindo a Mossad.

O Irã tem sido criticado internacionalmente por ser o país do mundo que mais aplica a pena de morte em relação à sua população. Em 2022, foram realizadas 576 execuções, um aumento substancial em relação às 314 do ano anterior, segundo a Anistia Internacional.

As tensões entre o Irã e Israel aumentaram desde outubro passado com a ofensiva lançada por Israel na Faixa de Gaza, área reivindicada pelo Estado Palestino. As duas nações consideram-se mutuamente uma ameaça existencial mútua, competem pela hegemonia regional e mantêm uma guerra secreta com ataques cibernéticos, assassinatos e sabotagem.

Em agosto, o Irã acusou Israel de estar por trás de “um dos maiores planos de sabotagem” contra a sua indústria de defesa e produção de mísseis. Em julho, o Ministério da Inteligência iraniano alegou ter detido uma rede de agentes que trabalhavam para Israel antes que pudessem realizar sabotagem em locais sensíveis.

No cenário internacional, a relação entre os países é conflituosa e marcada por desconfianças e rivalidades que não parecem ter uma perspectiva de melhoria a curto prazo.

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