No último dia 31 de dezembro, foi registrada uma forte explosão de classe X na superfície do Sol. Esses eventos são classificados de acordo com a quantidade de radiação que emitem, podendo ser de classes A, B, C, M e a X, esta última sendo a mais forte e rara de todas. A última explosão de classe X foi registrada em 2017.
De acordo com o astrônomo Adriano Leonês, pós-graduando da Universidade de Brasília (UnB), as explosões solares de classe X são mais comuns de acontecerem a cada intervalo de 11 anos, em períodos de máxima atividade solar, como é o caso deste ano de 2024 e do próximo, 2025. Segundo o especialista, em caso de explosões solares de grande magnitude, elas podem ser vistas fora dos polos da Terra, onde o fenômeno costuma ser visualizado.
Segundo Leonês, as regiões do sul do Brasil, Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina, geralmente não têm auroras, mas em casos de atividade solar de grande magnitude, poderão presenciar o fenômeno. A elevada emissão de radiação solar pode interferir no funcionamento de aparelhos eletrônicos, como ocorreu na primeira metade do século 20, quando teleféricos e outros equipamentos elétricos pararam de funcionar.
O pesquisador lembrou que a interferência da radiação solar pode afetar satélites, GPS, sinal de trânsito e outras tecnologias em geral. No entanto, ele destacou que hoje é mais difícil afetar as redes de comunicações devido ao monitoramento das radiações. Devido a se tratar de um fenômeno natural, não é possível garantir que não ocorrerão interferências, mas graças ao monitoramento, é possível prevenir prejuízos causados por essas explosões solares.
Portanto, a expectativa para esta terça-feira é que, em pontos específicos do planeta, sejam visíveis as auroras boreais decorrentes da mega explosão solar ocorrida no final de 2023. A bela e fascinante imagem das auroras coloridas no céu será o espetáculo proporcionado por esse fenômeno natural, com possíveis consequências também para o funcionamento de aparelhos eletrônicos e sistemas de comunicação.