A sessão do julgamento estava marcada para 8 de janeiro, mas o lançamento das memórias foi agendado apenas para 16 de abril. A editora britânica Penguin Random House, responsável pela publicação do livro, afirmou que “Knife” foi necessário para Rushdie, sendo uma maneira de assumir o controle do que aconteceu e de responder à violência com arte. O livro é um relato comovente e um lembrete do poder das palavras para dar sentido ao inimaginável.
O ataque ocorreu em agosto de 2022, quando Rushdie foi esfaqueado no palco na Chautauqua Institution, em Nova York, onde estava programado para falar sobre os Estados Unidos como um refúgio seguro para escritores exilados. O autor foi gravemente ferido e perdeu o olho direito. Ele viveu grande parte de sua vida sob ameaça de violência, após a publicação do romance “Os versos satânicos”, que inclui uma narrativa fictícia sobre a vida do Profeta Maomé, o que levou a um decreto do aiatolá Ruhollah Khomeini, líder supremo do Irã, pedindo a morte de Rushdie em 1989.
Inicialmente, Rushdie relutou na ideia de escrever sobre a facada, porém acabou mudando de ideia, afirmando que quando alguém enfia uma faca em você, isso é uma história em primeira pessoa.
Portanto, o julgamento de Hadi Matar será adiado devido à publicação das memórias de Rushdie em abril, o que dá ao terrorista o direito de acessar o material escrito sobre ele pelo escritor. Esta é mais uma reviravolta em uma história que envolve violência, literatura e o direito à liberdade de expressão.