Vice-líder do Hamas, acusado por Israel de planejar ataques, é assassinado no Líbano, reavivando tensões no Oriente Médio.

Vice-líder do Hamas é assassinado em Beirute

Nesta terça-feira, uma explosão em um subúrbio de Beirute resultou na morte de Saleh al-Arouri, vice-líder do grupo palestino Hamas, e de dois líderes de sua ala armada. O caso, que o próprio Hamas atribuiu a um “ataque sionista”, levantou preocupações sobre a possível expansão do conflito de Gaza pela região.

Al-Arouri era o chefe das operações do Hamas na Cisjordânia e, nos últimos anos, passou grande parte de seu tempo em Beirute, onde atuava como espécie de embaixador do Hamas para a milícia Hezbollah, no Líbano. Ele foi acusado de planejar ataques contra Israel e ajudou a reforçar a relação entre o Hamas e o Hezbollah.

De acordo com autoridades de segurança da região, al-Arouri também era considerado próximo de Yahya Sinwar, o líder do Hamas em Gaza. Em 2014, Israel acusou al-Arouri de planejar o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses na Cisjordânia. Ele também estava exilado na Turquia, onde conspirou para derrubar Mahmoud Abbas, o presidente da Autoridade Nacional Palestina que governa a Cisjordânia ocupada.

Em 2017, al-Arouri foi eleito vice-presidente do comitê político do Hamas, acelerando a relação entre o grupo e o Hezbollah, além de fortalecer laços com o Irã. Sua influência era tão relevante que o Departamento de Estado dos EUA ofereceu uma recompensa de até US$ 5 milhões por informações sobre seu paradeiro.

A morte de al-Arouri impacta o Hamas de diferentes maneiras. Por um lado, o grupo perde um de seus táticos mais habilidosos, o que pode representar um revés em relação a seus esforços de se reconstruir militarmente com a ajuda de apoiadores estrangeiros. Por outro lado, o Hamas tem se mostrado ágil o suficiente para planejar ataques terroristas mesmo após as mortes de seus líderes, o que aponta para a sua resiliência diante das adversidades.

Enquanto o Hamas lida com a perda de al-Arouri, se mantém ativo o debate sobre o impacto de seu assassinato na organização. Analistas destacam que a morte do vice-líder priva o grupo de sua habilidade tática e de sua influência nas relações internacionais. Além disso, o momento é especialmente desafiador para o Hamas, que vem enfrentando uma ofensiva de Israel em Gaza, enfraquecendo significativamente a força militar do grupo.

Portanto, a morte de al-Arouri cria brechas na estrutura do Hamas, uma vez que o vice-líder representava, de certa forma, a ligação do grupo com o Irã e o Hezbollah, além de ser uma figura de respeito e credibilidade para o Hamas.

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