Ataque terrorista com 84 mortos no Irã é reivindicado pelo Estado Islâmico, frustrando acusações iniciais contra Israel e EUA.

O ataque terrorista que deixou pelo menos 84 mortos e dezenas de feridos durante uma procissão em homenagem aos quatro anos do assassinato do general Qassem Soleimani, assassinado em 2020, foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI). Inicialmente, autoridades iranianas haviam culpado Israel e os EUA pelo ataque, alimentando o temor de que a guerra contra o Hamas, financiado por Teerã, possa escalar para um conflito no Oriente Médio.

O general Esmail Qaani, chefe da Força Quds, braço da Guarda Revolucionária iraniana, antes da reivindicação do EI, sugeriu que as explosões teriam sido “promovidas pelos EUA e pelo regime sionista”. Os EUA negaram estar “envolvidos de alguma forma”. Apesar do governo israelense ter interesse em desestabilizar o Irã devido ao seu apoio de longa data ao Hamas, o modus operandi adotado no ataque levantou dúvidas se de fato ele teria sido feito pelo país.

O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico por meio de seu canal no Telegram, mas não especificou qual ramificação do grupo estaria por trás do atentado. Desde que o califado autodeclarado do Estado Islâmico foi derrotado, várias facções assumiram as terras que antes faziam parte de seu domínio. Uma delas é a afiliada Estado Islâmico do Khorasan, também conhecida como ISIS-K, sediada no Afeganistão, que divide uma fronteira porosa com o Irã, facilitando a entrada de combatentes do grupo no país persa.

Existem outras organizações terroristas atuando na República Islâmica, como o Jaish al-Adl, atualmente envolvido em uma intensa repressão do governo iraniano na província de Sistão-Baluchistão. Outro grupo aliado de grupos separatistas curdos que atuam no Irã é o Partido pela Vida Livre do Curdistão, e o Movimento de Luta Árabe pela Libertação de Ahvaz busca o estabelecimento de um Estado árabe no sul do Irã.

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