Comunidade quilombola da Ilha da Marambaia aguarda melhorias em serviços públicos e enfrenta desafios das mudanças climáticas.

A comunidade quilombola da Ilha da Marambaia, localizada em Mangaratiba, Rio de Janeiro, ainda aguarda por melhorias em serviços públicos mesmo após a titulação. Durante a visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (3), a presidente da Associação da Comunidade dos Remanescentes de Quilombo da Ilha da Marambaia, Jaqueline Alves, entregou uma carta ao presidente, destacando que a comunidade precisa de avanços em áreas como educação, saúde, transporte, entre outros serviços.

De acordo com Jaqueline Alves, a comunidade é composta por 210 famílias, totalizando aproximadamente 440 moradores, sendo a pesca a atividade principal. Uma das principais demandas é a oferta de ensino médio na ilha, que atualmente oferece apenas até o ensino fundamental. Além disso, os moradores pedem melhorias no transporte e na saúde, assim como melhores condições de trabalho e renda.

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A comunidade quilombola passa também por questões relacionadas às mudanças climáticas. Com o avanço do mar em direção à orla, o risco de alagamento de casas é cada vez maior, trazendo a necessidade de revisões e ajustes para garantir a permanência da comunidade no território. Jaqueline Alves destaca a importância do diálogo com a União e outros órgãos para buscar formas de garantir os direitos da população local.

O acesso a políticas públicas é outro desafio enfrentado pela comunidade, não se restringindo apenas à Ilha da Marambaia. A falta de uma política de desenvolvimento e acompanhamento desses territórios que serão regularizados é apontada como uma das principais questões. Para buscar soluções, o governo federal lançou a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental Quilombola em novembro de 2023, visando oferecer subsídios para que as comunidades tenham acesso a políticas públicas e possam traçar seus próprios planos de desenvolvimento.

As comunidades remanescentes de quilombos representam 0,66% da população no Brasil, e a proporção de pessoas vivendo fora de territórios quilombolas oficialmente reconhecidos é de 87,39%. O secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana Povos de Terreiros e Ciganos do Ministério da Igualdade Racial, Ronaldo dos Santos, ressalta a importância de regularizar territórios quilombolas e financiar o processo de desenvolvimento, enfatizando a necessidade de democratização do acesso à terra no Brasil e a contribuição das comunidades para a conservação ambiental.

A comunidade quilombola da Ilha da Marambaia enfrenta desafios múltiplos, que vão desde a carência de serviços públicos até questões ligadas às mudanças climáticas. A busca por soluções e melhorias é contínua, envolvendo diálogo com autoridades e implementação de políticas adequadas que possam atender às necessidades dos moradores. O reconhecimento e valorização das comunidades remanescentes de quilombos são fundamentais para garantir seus direitos e contribuições para a sociedade.

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