Documentos judiciais revelam recrutamento de meninas por Jeffrey Epstein em sua mansão e impactam políticos e empresários.

Segundo conjunto de documentos judiciais relacionados ao bilionário americano Jeffrey Epstein (1953-2019) foi divulgado na última quinta-feira (4), mostrando como dezenas de meninas, muitas delas menores de idade, foram recrutadas em sua mansão para realizar massagens sob o pretexto de trabalhar no local.

O depoimento do detetive Joseph Recarey, que atuou em um caso anterior contra Epstein nos anos 2000, destacou que 30 mulheres afirmaram ter feito massagens e trabalhado para o bilionário. Algumas delas inclusive recebiam pagamentos para recrutar outras amigas, a maioria com menos de 18 anos e ainda no ensino médio.

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Os arquivos judiciais foram tornados públicos por ordem de uma juíza e fazem parte de um processo contra a socialite britânica Ghislaine Maxwell, condenada a 20 anos de prisão e multa de US$ 750 mil (R$ 3,6 milhões) por tráfico sexual em 2022. Grande parte do material divulgado já havia sido revelado durante o julgamento dela. O processo civil foi movido em 2015 por Virginia Roberts Giuffre, que disse ter sido abusada sexualmente por Epstein quando era menor de idade e que Maxwell ajudou no abuso.

O detetive Recarey revelou que Maxwell estava diretamente envolvida no processo de recrutamento das meninas, com apenas duas das jovens tendo experiência em massagem. Segundo ele, quando as mulheres iam realizar a massagem, era para gratificação sexual de Epstein e fazer uma massagem era, na verdade, um código para algo a mais. Outra acusadora relatou ter sido paga para fazer massagens, mesmo sem experiência, e ter sido uma vítima do abuso de Epstein.

Os documentos também contêm quase 200 nomes de pessoas ligadas a Epstein, incluindo políticos, empresários e famosos. Entre os citados, estão o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, e o príncipe Andrew, do Reino Unido, que chegou a ser acusado de abuso sexual, mas fez um acordo com a suposta vítima em 2022. Estes novos materiais também incluem a sugestão de um advogado de Giuffre de que Clinton poderia ter informações sobre as atividades de Maxwell e Epstein, já que viajou na companhia deles.

Em um depoimento à BBC, Clinton reconheceu ter sido associado de Epstein e voado em seu jato particular, mas negou qualquer conduta indevida. A liberação desses documentos arremessa à tona novamente o caso Epstein e coloca em cheque a relação do bilionário com figuras proeminentes da política e do mundo dos negócios. Ainda há mais materiais a serem divulgados, que prometem revelar mais informações sobre o envolvimento do bilionário com autoridades e celebridades. Portanto, esse assunto continuará a ser debatido e investigado nos próximos dias, a medida que mais evidências vêm à tona.

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