Os bolsonaristas acusam a Mynd de agenciar uma rede de páginas de fofoca, conhecida como “Banca Digital”, e alegam existir proximidade entre a agência e o governo federal. Essa vinculação se baseia em um encontro feito por Lula com comunicadores digitais no Palácio do Planalto, em que a Mynd estava presente.
Essa ofensiva coordenada chamou a atenção de pesquisadores que monitoram redes de direita, levando o termo “Mynd” a se tornar um dos mais procurados no Google no Brasil. O site da Mynd, que agencia celebridades como Luísa Sonza, Pabllo Vittar e Luccas Neto, inclusive saiu do ar.
Os bolsonaristas estão tentando manter a pressão e avançar com as acusações, visando criar uma “CPI da Máfia Digital” e convocar a Secretaria de Comunicação do governo Lula para dar explicações sobre a suposta ligação com a rede de perfis agenciados pela Mynd.
Fátima Pissarra relatou ter recebido ameaças de morte, xingamentos e disseminação de mentiras a seu respeito, levando-a a cancelar suas contas em redes sociais. A Mynd emitiu um comunicado se defendendo dos ataques e esclarecendo que cuida apenas da intermediação de venda de publicidade em perfis nas redes sociais.
A empresa também informou que a página Choquei, que já foi agenciada pela Mynd e está sendo investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais por suspeita de indução ao suicídio, não faz mais parte de seu casting há mais de dois anos. No entanto, a empresa admitiu que trabalha com todos os perfis do mercado e teve contratações de perfis solicitados por marcas em que foi interveniente.
A CEO da Mynd, Fátima Pissarra, foi incluída na lista de convidados para o coquetel da posse de Lula no Palácio do Itamaraty em fevereiro de 2023, o que contribuiu para aumentar a onda de cancelamento e ataques contra ela.
Essa situação revela a polarização política e a influência das redes sociais sobre a reputação de empresas e personalidades, além de evidenciar a preocupação dos bolsonaristas em atacar representantes alinhados à oposição. A batalha travada nas redes sociais pode ter desdobramentos políticos significativos e levantar questões sobre os limites da liberdade de expressão e do uso de perfis e páginas de influência digital.