O Alasca é uma das regiões mais remotas do planeta, mas isso não a protegeu de um recente e preocupante acontecimento. Autoridades do Departamento de Conservação Ambiental do estado dos Estados Unidos confirmaram a morte de um urso polar por conta do vírus da gripe aviária H5N1. Esta é a primeira vez que um evento do tipo é registrado, demonstrando que o agente infeccioso está se espalhando para as áreas mais afastadas do globo.
A triste constatação ocorreu em dezembro de 2023, mas o jacaré foi encontrado dois meses antes, em outubro, perto de Utqiagvik, a comunidade mais ao norte dos Estados Unidos. Segundo Bob Gerlach, veterinário estadual do Alasca, especialistas acreditam que o urso polar contraiu o vírus enquanto se alimentava. Embora os ursos polares geralmente se alimentem de focas, é provável que o animal estivesse se alimentando de cadáveres de pássaros infectados.
A transmissão do vírus para o urso também pode ter ocorrido por meio do ambiente. Se um pássaro infectado morre e é mantido em um ambiente frio, o vírus pode persistir por um tempo no local. Isso aumenta a vulnerabilidade dos animais selvagens espalhados pela região, uma vez que muitos deles nunca foram expostos a vírus semelhantes. Além de preocupante, o fato de um ursão polar ter sido vítima da gripe aviária levanta questões sobre a vulnerabilidade de outros animais da região.
Esse não é um evento isolado. O atual surto de H5N1, que teve início em 2021, tem impactado milhões de aves selvagens e milhares de mamíferos ao redor do mundo. O registro de casos da doença também em seres humanos envolve um conjunto de dados preocupante, principalmente em razão da elevada taxa de letalidade da gripe aviária em humanos, que chega a 54%.
No caso da infecção de mamíferos, existe uma preocupação adicional, uma vez que isso aumenta a possibilidade de adaptação do vírus para infectar seres humanos. Diante disso, o desenvolvimento de vacinas específicas para a gripe aviária torna-se fundamental, e o Instituto Butantan já anunciou sua intenção de produzir um protótipo de vacina contra o H5N1 para seres humanos. É necessário que as autoridades se empenhem e a população atualize suas vacinas para evitar que esse cenário se torne preocupante e perigoso.
