Nomeação presidencial republicana de Donald Trump parece mais uma coroação do que uma disputa genuína.

Com o magnata Donald Trump com folga na corrida pela nomeação presidencial republicana, os americanos poderiam ser perdoados por considerá-la uma coroação, em vez de uma disputa genuína. Isso se deve ao fato de que, conforme nos aproximamos das primeiras votações nos estados de Iowa e New Hampshire, seus adversários insistem que ainda há muito em jogo na disputa pelo segundo lugar, citando dados de pesquisas que mostram que os eleitores se voltarão contra Trump nos principais estados indecisos, caso ele seja condenado em qualquer um dos quatro julgamentos criminais que enfrenta enquanto faz campanha para um segundo mandato na Casa Branca.

Além disso, o republicano de 77 anos também deve lutar contra as tentativas anunciadas em diversos estados de desqualificá-lo das primárias segundo a 14º Emenda Constitucional, que proíbe governantes que tenham participado de qualquer motim de ocuparem cargos públicos, como a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump em 6 de janeiro de 2021.

Com Trump no centro de inúmeras acusações, incluindo a de que liderou uma conspiração criminosa para impedir que Joe Biden se tornasse presidente após a sua eleição legítima, seus adversários, como a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, parecem bem posicionados para capitalizar uma improvável implosão do magnata. Pesquisas mostram que a republicana derrotaria o atual presidente, o democrata Joe Biden, em novembro, por margens maiores que Trump ou o governador da Flórida, Ron DeSantis, seu adversário mais próximo.

Os cenários políticos podem mudar rapidamente e as eleições primárias muitas vezes têm viradas inesperadas. Este é o pensamento do estrategista republicano Charlie Kolean, que acredita que ganhar ou perder a nomeação nas primárias pode impactar as perspectivas de longo prazo de DeSantis e Haley.

Ainda assim, a última pesquisa da influente Des Moines Register indicou que em Iowa 51% dos eleitores republicanos preferem Trump, frente aos 43% registrados em outubro. Portanto, analistas concordam que tanto Haley quanto DeSantis têm um longo caminho a percorrer. “Não é apenas sobre quem ficará em segundo, mas de moldar o futuro do Partido Republicano”, analisou Kolean. “Compreender as posições e as bases de apoio de Haley e DeSantis revela tendências e facções emergentes dentro do partido, que poderiam influenciar em seu rumo para além de 2024”, completou.

Finalmente, analistas apontam para a importância dessas primárias em fornecer informações sobre o futuro de um Partido Republicano pós-Trump e consideram que o candidato republicano para 2028 poderá sair destas eleições internas.

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