De acordo com o jornal Observador, os procuradores do Ministério Público português teriam interceptado conversas telefônicas entre um advogado a serviço do governo e um funcionário da Start Campus que sugeriam que António Costa esteve pessoalmente envolvido na reforma legal que beneficiou a empresa, adotada em 2023.
Apesar de ter renunciado, o antigo primeiro-ministro continuou no cargo de maneira interina até as eleições antecipadas para março. A pedido do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, Costa permaneceu no poder até a aprovação do orçamento do Estado, realizada em dezembro. Após a exoneração oficial, o governo socialista entrou em modo de gestão, com prerrogativas limitadas. O Parlamento deverá ser dissolvido oficialmente até 15 de janeiro, com as eleições legislativas antecipadas marcadas para 10 de março.
O crime de prevaricação é punível com dois a oito anos de prisão pela lei portuguesa. Este crime envolve a infração cometida por um funcionário eleito que intervém no âmbito de suas funções para beneficiar ou prejudicar alguém.
Anteriormente, o governo português havia enfrentado uma crise política após várias detenções e buscas que resultaram na acusação do chefe de gabinete de Costa e do ministro de Infraestrutura em um caso de tráfico de influências em negócios de extração e exploração de lítio e hidrogênio verde por empresas particulares no país. Na época, o Ministério Público informou que António Costa estava sendo objeto de uma investigação separada por parte do Supremo Tribunal de Justiça. A operação Influencer, que atingiu o premier, estava relacionada com suspeitas de “malversação, corrupção ativa e passiva de funcionários públicos e tráfico de influência” na atribuição de concessões de minas de lítio e produção de hidrogênio. Este é o mais recente episódio em uma série de escândalos que o antigo primeiro-ministro enfrentou ao longo de sua trajetória política.