Milhares marcham em Paris exigindo o fim do sigilo de defesa na investigação do assassinato de ativistas curdos

Milhares de pessoas marcharam em Paris neste sábado (6) em uma manifestação que buscava exigir que o sigilo de defesa fosse levantado na investigação do assassinato de três ativistas curdos em 2013. Portando bandeiras vermelhas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e faixas roxas com a imagem das vítimas, mais de 10 mil manifestantes, procedentes de França, Bélgica, Alemanha, Suíça e Holanda se reuniram na capital francesa.

A manifestação foi pautada pela exigência de justiça para os curdos envolvidos no caso, como afirmou Berivan Firat, porta-voz do Conselho Democrático Curdo na França. Ela ressaltou que a França deve fazer justiça aos curdos e destacou que é conhecido o assassino e os patrocinadores do assassinato, tornando, segundo ela, a situação ainda mais anormal.

O caso remonta à noite de 9 de janeiro de 2013, quando três ativistas do PKK foram assassinados nas dependências do Centro de Informação do Curdistão (CIK) em Paris. Dez anos depois, os juízes da instrução antiterrorista tentaram identificar os possíveis cúmplices dos supostos atiradores, que já faleceram.

Diante desse cenário, Agit Polat, porta-voz do Conselho Democrático Curdo na França pediu à Agence France-Presse que o sigilo de defesa que impede a partilha com a justiça de elementos na posse da inteligência francesa seja levantado, para que o processo judicial possa avançar.

A memória do assassinato foi reavivada no ano passado, após o assassinato de três curdos no centro cultural curdo de Paris, em 23 de dezembro, por William Malet, um ex-paraquedista detido e investigado por assassinatos e tentativas de homicídio racista.

A manifestação em Paris chamou a atenção para a questão dos direitos dos curdos e da necessidade de justiça no caso do assassinato dos ativistas em 2013. Com a presença de milhares de manifestantes de vários países europeus, a mobilização trouxe visibilidade para a causa curda e para a demanda de transparência na investigação do crime.

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