Ministério das Relações Exteriores critica declarações de Israel sobre emigração de palestinos da Faixa de Gaza.

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, se manifestou contra as declarações recentes de autoridades de Israel que defendem a emigração dos palestinos da Faixa de Gaza. Em nota, divulgada na noite de sexta-feira, o Itamaraty criticou a posição israelense e considerou que ela viola o direito internacional, prejudicando assim a possibilidade de paz na região.

Essa posição do governo brasileiro veio em resposta a declarações de ministros israelenses, que nos últimos dias defenderam o deslocamento da população de Gaza para outros países. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, chegou a afirmar em entrevista a uma rádio de Israel que a emigração dos palestinos de Gaza poderia mudar totalmente o cenário da região. Segundo ele, “se houver 100 mil ou 200 mil árabes em Gaza e não 2 milhões de árabes, toda a discussão no dia seguinte será totalmente diferente”. Essa mesma posição foi apoiada pelo ministro da Segurança de Israel, Itamar Bem-Gvir.

Além do Brasil, a União Europeia, países árabes, a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos (EUA) criticaram as declarações dos ministros israelenses. O Departamento de Estado norte-americano classificou a fala como “inflamatória e irresponsável”.

A situação em Gaza é ainda mais crítica, segundo denúncias de organismos internacionais. O Escritório de Direitos Humanos da ONU (Ocha) alertou que continuam os pesados bombardeios em Gaza, resultando na fuga de 1,9 milhão de pessoas, o que representa 85% da população local. Mais de 1,1 milhão de crianças palestinas correm risco de morrer por doenças evitáveis devido à falta de água e alimentos, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Desde o início das hostilidades no Oriente Médio, em outubro, 22,6 mil palestinos foram mortos, sendo 70% de mulheres e crianças. Do lado israelense, as mortes chegam a 1,2 mil pessoas, além de 173 soldados. Esses números ilustram a gravidade do conflito e a urgência de se encontrar uma solução pacífica para a região. O governo brasileiro, juntamente com outros órgãos internacionais e países, continuará a pressionar por um desfecho que promova a paz e o respeito aos direitos humanos.

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